segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

5/12/2007

NÃO FOI UM TSUNAMI, APENAS UMA MAROLINHA

Em maio de 2007 a população de Florianópolis estarrecida tomou conhecimento da Operação Moeda Verde. Estarrecida em termos.

Muitos moradores da cidade foram surpreendidos, não pelas informações que vieram a público e sim pelo fato de ocorrer uma operação desta natureza sem oportunidade para que os “donos da cidade” pudessem abafar o assunto como ocorre habitualmente.

Explica-se, algumas pessoas que desejariam fazer ou fazem parte do grupo que decide em “petit- comitée” os principais temas relativos ao presente e o futuro da capital de Santa Catarina gozaram do duvidoso prazer de uma hospedagem nas celas da Polícia Federal.

Este acontecimento, cuja relevância foi superestimada na ocasião, poderia representar um marco na história da cidade: o momento em que os interesses de um pequeno grupo fossem substituídos por outros que representassem os anseios da maioria, na prática corresponderia a substituição do feudalismo pela democracia.

O destino, com a ajuda de “uma mãozinha aqui e outra ali”, não quis que fosse assim.

Passados vários meses o que se percebe é que o assunto está caindo no esquecimento, passou das manchetes para as páginas em que temas de pouca importância são tratados em pequenas matérias impressas com letras igualmente pequenas.

Por outro lado, fatos “relevantes” ocorreram neste meio tempo, os times da cidade não foram rebaixados no campeonato brasileiro, Michael Schumacher veio brincar com karts, mais uma vez um agiota lesou um grupo de incautos e a vida continua.

Os implicados pelas investigações da Polícia Federal retomaram suas atividades como se nada houvesse ocorrido, as construções ilegais continuam em andamento, a pleno vapor, o trânsito está mais caótico, o preço da carne está “pela hora da morte” e a vida continua.

Ninguém quer investigar nada.

O prefeito que perdeu parte de sua equipe acusada de corrupção não julgou necessário investigar as atividades da SUSP e do IPUF.

O Ministério Público Estadual, sempre equilibrado sobre o muro, mantém um silêncio constrangedor.

O CREA não manifestou qualquer reação ao fato de boa parte dos indiciados ser constituída por engenheiros e arquitetos.

Sem dúvida a vida continua.

A operação Moeda Verde não foi um tsunami, apenas uma marolinha.

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