tag:blogger.com,1999:blog-60256016647646263952024-03-06T00:43:12.940-08:00TEXTICULOSAlgumas considerações sobre Florianópolisalfredhttp://www.blogger.com/profile/03610122809736153353noreply@blogger.comBlogger30125tag:blogger.com,1999:blog-6025601664764626395.post-3281575254600263842009-01-24T10:31:00.001-08:002009-01-24T10:31:16.237-08:00<div style="text-align: justify; color: rgb(51, 51, 153);"><span style="font-weight: bold;">Para aqueles que não tem familiaridade com os blogs lembramos que os textos são publicados “de baixo para cima”, portanto é necessário “rolar a tela” até o limite inferior do cursor à direita.</span></div>alfredhttp://www.blogger.com/profile/03610122809736153353noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6025601664764626395.post-44898055880402003162009-01-24T10:30:00.001-08:002009-01-24T10:30:23.352-08:00<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhy1J_jWbY0e44BXB0OeqxZe-ck_Rb374U2TAlJbEw5wWKnPLLt1NXT6pbXaDgniTJdCl-eHgM5l7Iushb6_zajLysx90HYK1tq5XZjnGD5hzMcmTGKN96arjbW_ABRO8KeCx3KO7Vd/s1600-h/Mirdas.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer; width: 266px; height: 320px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhy1J_jWbY0e44BXB0OeqxZe-ck_Rb374U2TAlJbEw5wWKnPLLt1NXT6pbXaDgniTJdCl-eHgM5l7Iushb6_zajLysx90HYK1tq5XZjnGD5hzMcmTGKN96arjbW_ABRO8KeCx3KO7Vd/s320/Mirdas.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5294929391652582210" border="0" /></a>alfredhttp://www.blogger.com/profile/03610122809736153353noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6025601664764626395.post-43295588283331199952009-01-24T09:24:00.000-08:002009-01-24T12:36:18.900-08:00<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style=";font-family:Arial;font-size:14;color:blue;" >Os <i>simsenhores<o:p></o:p></i></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style=";font-family:Arial;font-size:11;" >Aos 59 anos olho meus contemporâneos e me pergunto: Quando nos tornamos um bando de bundões politicamente corretos?</span></b></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><br /><b><span style=";font-family:Arial;font-size:11;" ><o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style=";font-family:Arial;font-size:11;" ><o:p></o:p>No princípio éramos apenas os <i><span style="color:blue;">simmamãe</span></i>.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style=";font-family:Arial;font-size:11;" >Nos <span style="color:red;">anos 50</span>, uma época que nossos pais consideravam “os anos dourados”, aprendemos a falar e caminhar. Transitamos das fraldas para o vaso sanitário e descobrimos que meninos e meninas tinham pipis com formatos diferentes. <o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style=";font-family:Arial;font-size:11;" >Recentemente passei por uma senhora que passeava com o neto, ela não me reconheceu. Lembrei quando aos 6, talvez 7anos, ela me permitiu olhar seu pipi de perto (BEM PERTO!), eu era o doutor e ela a paciente. Não consideramos a experiência emocionante. <o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style=";font-family:Arial;font-size:11;" >Naquela idade existiam coisas mais atraentes: bicicletas, festas de aniversário e álbuns de figurinhas. <o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style=";font-family:Arial;font-size:11;" >Os pipis ficavam entre o meio e o fim da lista de assuntos e objetos interessantes.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style=";font-family:Arial;font-size:11;" >Naquela década, os anos sem pentelhos, convivemos, sem perceber, com as primeiras mudanças de regras e comportamento.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style=";font-family:Arial;font-size:11;" >Enquanto em primeiro plano escutávamos o som do “Parabéns a você”, do choque das bolas de gude, da madeira queimando nas fogueiras de São João, ao fundo ocorria uma guerrilha acústica; caras como Chuck Berry, Elvis Presley e Pat Boone davam um “chega pra lá” nas grandes orquestras e nos cantores com vozeirões.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style=";font-family:Arial;font-size:11;" >Nem percebemos o Sputinik, as viagens transatlânticas nos novos aviões a jato e as primeiras gravações de João Gilberto.</span></b></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><br /><b><span style=";font-family:Arial;font-size:11;" ><o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style=";font-family:Arial;font-size:11;" >Nos <span style="color:red;">anos 60</span> passamos a ser os <i><span style="color:blue;">nãosenhores</span></i>.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style=";font-family:Arial;font-size:11;" >Os pipis passaram do fim para o topo da lista de assuntos interessantes, agora individualizados por sexo e com as mais estranhas denominações. Havíamos entrado na idade dos pentelhos, das picas e das xexecas.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style=";font-family:Arial;font-size:11;" >Nesta década o pessoal da nossa geração, com caras espinhentas e cabelos compridos, contestava tudo impulsionado pela força dos hormônios.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style=";font-family:Arial;font-size:11;" >Amávamos os Beatles, os Stones e uma penca de conjuntinhos de rock que se perderam na poeira.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style=";font-family:Arial;font-size:11;" >As mulheres mais velhas rasgavam soutiens, as mais novas usavam minisaias.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style=";font-family:Arial;font-size:11;" >Depois de um longo período em que “rapazes de boa origem não abusavam de meninas de família”, graças aos anticoncepcionais todos passaram a comer todas e vice-versa. <o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style=";font-family:Arial;font-size:11;" >Quebramos regras e derrubamos tabus.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style=";font-family:Arial;font-size:11;" >Na América Latina os governos democráticos foram substituídos por ditaduras militares, os Estados Unidos iniciaram a caminhada para a derrota no Vietnam e em Paris estudantes protagonizaram uma revolta que não deu em nada mas derrubou outros mitos.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style=";font-family:Arial;font-size:11;" >Enquanto fora do Brasil o rock e o pop ditavam as regras, por aqui a bossa-nova, o cinema novo e a capital nova indicavam que o país estava envolvido no processo de criação de uma cultura tropical diferente de tudo que ocorria no hemisfério norte.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style=";font-family:Arial;font-size:11;" >Lá fora a Pop e a Op Art abriram novas perspectivas.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style=";font-family:Arial;font-size:11;" >A arquitetura e o design passaram a ser assunto nos meios de comunicação, tiveram seus 15 minutos (dias /anos?) como profetizou Andy Warhol.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style=";font-family:Arial;font-size:11;" >Timothy Leary acrescentou novas dimensões aos sonhos, por algum tempo as estrelas no céu pareceram diamantes.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style=";font-family:Arial;font-size:11;" >Dois eventos marcaram o final dos anos 60 para nossa geração, o vestibular e o Festival de Woodstock.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style=";font-family:Arial;font-size:11;" >Naquele lugar, próximo de New York, foi anunciado o fim da década, das regras vigentes, dos costumes da geração anterior e o início do que supostamente viria a ser a “Era de Aquário”.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style=";font-family:Arial;font-size:11;" >A guitarra de Jimi Hendrix criou uma nova versão do hino nacional americano, fechou a cortina dos anos sessenta e insinuou o que seriam os próximos tempos.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style=";font-family:Arial;font-size:11;" >Ele não ficou para conferir.</span></b></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><br /><b><span style=";font-family:Arial;font-size:11;" ><o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style=";font-family:Arial;font-size:11;" >Começamos os <span style="color:red;">anos 70</span> sendo <i><span style="color:blue;">nãosenhores</span></i> com maior intensidade.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style=";font-family:Arial;font-size:11;" >Os que não puderam ou não conseguiram entrar nas universidades foram buscar seu lugar no mundo. <o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style=";font-family:Arial;font-size:11;" >Um grupo reduzido entrou nas faculdades e iniciou seu período de contestações supondo que estavam sendo originais, como todas as gerações de estudantes universitários que os antecederam.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style=";font-family:Arial;font-size:11;" >Na América Latina os regimes militares endureceram, contemporâneos nossos que ousaram contestar as autoridades foram torturados e jogados ao mar de aviões a grande altitude.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style=";font-family:Arial;font-size:11;" >Os <i><span style="color:blue;">nãosenhores</span></i> passaram a ser cuidadosos, deixaram de lado as manifestações públicas e passaram a contestar o regime em ambientes fechados, supostamente protegidos contra o autoritarismo dos governantes. <o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style=";font-family:Arial;font-size:11;" >O tom deixou de ser o grito e passou a ser o sussurro. <o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style=";font-family:Arial;font-size:11;" >O Brasil foi tricampeão de futebol e protagonizou o “milagre econômico”, encerrado ao final da década pelos membros da OPEP.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style=";font-family:Arial;font-size:11;" >Deus deixou de ser brasileiro e passou a usar turbante.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style=";font-family:Arial;font-size:11;" >O pessoal que saiu das universidades naquele tempo foi recebido de braços abertos pelo mercado, havia trabalho para todos.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style=";font-family:Arial;font-size:11;" >Nos anos setenta bebemos, fumamos e muitos cheiraram várias coisas curtindo o som psicodélico do Pink Floyd.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style=";font-family:Arial;font-size:11;" >John Lennon e Paul McCartney não dividiam mais o mesmo endereço em Abbey Road.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style=";font-family:Arial;font-size:11;" >Mick Jagger tornou-se pai de família.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style=";font-family:Arial;font-size:11;" >Os Easy Riders sumiram.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style=";font-family:Arial;font-size:11;" >Contrariando as expectativas, pois pensava-mos que o amor livre e as amizades coloridas iriam substituir as relações convencionais, a maioria casou e teve filhos.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style=";font-family:Arial;font-size:11;" >Tornou-se rotina encontrar ex-cabeludos e revolucionários, de terno e gravata a caminho de empregos onde batiam ponto.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style=";font-family:Arial;font-size:11;" >A imagem contestadora de uma geração que havia promovido mudanças no comportamento e no relacionamento começou a apresentar as primeiras rachaduras.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style=";font-family:Arial;font-size:11;" >As prestações da casa, do carro e da televisão a cores colocaram em segundo plano os ideais e sonhos dos baby-boomers, termo que passou a ser comum para designar as pessoas da nossa geração.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style=";font-family:Arial;font-size:11;" >Ao final dos anos 70 os poucos <i><span style="color:blue;">nãosenhores</span></i> ainda existentes eram olhados com desconfiança por aqueles com quem poucos anos antes andavam lado a lado.</span></b></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><br /><b><span style=";font-family:Arial;font-size:11;" ><o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style=";font-family:Arial;font-size:11;" >Os <span style="color:red;">anos 80</span> transformaram os <i><span style="color:blue;">nãosenhores</span></i> em algo indefinido, os <i><span style="color:blue;">quasesimsenhores</span></i>.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style=";font-family:Arial;font-size:11;" >Os ex-contestadores passaram a lutar pela sobrevivência em um mercado de trabalho cujos altos e baixos assemelhavam-se a uma montanha russa.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style=";font-family:Arial;font-size:11;" >O fim do regime militar e o início da chamada “nova democracia” trouxeram para o Brasil o caos econômico e a filosofia do “salve-se quem puder”. <o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style=";font-family:Arial;font-size:11;" >Os poucos privilegiados que ficaram à margem desta insanidade coletiva foram os funcionários públicos, cujos direitos e estabilidade asseguravam um total descompasso em relação ao que ocorreu na iniciativa privada.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style=";font-family:Arial;font-size:11;" >O sexo mudou, saiu de cena a terminologia rasteira e entrou o reino animal, as picas tornaram-se pintos, as xexecas assumiram sua porção perereca.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style=";font-family:Arial;font-size:11;" >Gente que antes trepava em qualquer lugar e em qualquer posição, passou a “bimbar”, termo que não agredia os delicados ouvidos das crianças.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style=";font-family:Arial;font-size:11;" >O dinheiro trocou de mãos, saíram de cena os abonados tradicionais; a economia dos novos tempos deu origem aos novos-ricos, eles passaram a ser a cara da era do vale-tudo.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style=";font-family:Arial;font-size:11;" >Antigos contestadores entraram para a política, estiveram entre aqueles que escreveram a constituição de 88.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style=";font-family:Arial;font-size:11;" >Ela deveria assegurar as liberdades individuais mas tornou-se o instrumento que passou a assegurar a impunidade de alguns dos piores bandidos da história recente do país.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style=";font-family:Arial;font-size:11;" >Os <i><span style="color:blue;">quasesimsenhores</span></i> assumiram sua porção “politicamente correta” bem antes do termo tornar-se trivial, a hipocrisia assumiu seu lugar no cotidiano.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style=";font-family:Arial;font-size:11;" >O <i>downsizing </i>e a reengenharia destruíram as ilusões e as perspectivas de muita gente.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style=";font-family:Arial;font-size:11;" >John Lennon acertou: o sonho havia acabado.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style=";font-family:Arial;font-size:11;" >Ao final dos anos 80 a onda de criatividade que caracterizou as três décadas anteriores perdeu a energia, era o início do tempo das cópias, das imitações e do mau gosto.</span></b></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><br /><b><span style=";font-family:Arial;font-size:11;" ><o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style=";font-family:Arial;font-size:11;" >Os <span style="color:red;">anos 90</span> assistiram a metamorfose final : os mornos <i><span style="color:blue;">quasesimsenhores</span></i>, caricaturas dos antigos <i><span style="color:blue;">nãosenhores</span></i> tornaram-se os tristes <i><span style="color:blue;">simsenhores</span></i>.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style=";font-family:Arial;font-size:11;" >A geração que quebrou regras, derrubou tabus e destruiu mitos percebeu espantada que havia esquecido algo importante: aqueles que destroem um conjunto de regras deveriam estabelecer os novos parâmetros.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style=";font-family:Arial;font-size:11;" >Fomos excelentes no quebra-quebra e um fracasso no que toca à reconstrução.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style=";font-family:Arial;font-size:11;" >Um contemporâneo nosso foi eleito para a presidência da república escapou do impeachment graças à renúncia, saiu de cena como símbolo da corrupção.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style=";font-family:Arial;font-size:11;" >As cidades incharam, degradaram, tornaram-se inseguras e passamos a viver cercados por grades e sofisticados esquemas de segurança.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style=";font-family:Arial;font-size:11;" >O cão foi substituído pela cerca eletrificada, o televisor tornou-se o melhor amigo do homem.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style=";font-family:Arial;font-size:11;" >Os contestadores de trinta anos antes passaram a dizer sim a todos que eventualmente pudessem assegurar a manutenção de seu status: sim para a mulher, o patrão, os membros do sindicato, os políticos, e até para o síndico do condomínio.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style=";font-family:Arial;font-size:11;" >Sim, sim, sim.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style=";font-family:Arial;font-size:11;" >Nos homens as barrigas cresceram, os cabelos começaram a sumir, e a luta pela sobrevivência passou a ser violenta.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style=";font-family:Arial;font-size:11;" >Para cada baby-boomer agarrado a seu emprego existiam vários filhos de outros baby-boomers dispostos a tudo para ocupar seu lugar.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style=";font-family:Arial;font-size:11;" >Nas mulheres começaram a surgir as marcas da derrota para os hormônios e a gravidade.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style=";font-family:Arial;font-size:11;" >Os peitos e bundas, antes objeto de desejos masculinos, agora eram mantidos graças a incontáveis regimes, horas de malhação e dietas malucas. <o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style=";font-family:Arial;font-size:11;" >As gatinhas dos anos 70 estavam em plena meia-idade na luta contra os efeitos do tempo, um jogo de cartas marcadas do qual inevitavelmente sairiam perdedoras.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style=";font-family:Arial;font-size:11;" >Os antigos pipis que foram elevados a categoria de picas e posteriormente aceitaram sua humilde condição de pintos estavam em vias de tornar-se “carninhas” escondidas pelas abas das barrigas.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style=";font-family:Arial;font-size:11;" >As xexecas se tornaram pererecas e passaram a ser consideradas “perseguidas”, um exercício de ilusão para negar a realidade dos novos tempos: o mundo havia descoberto seu lado gay, os armários foram abertos e não cessava o fluxo de gente saindo deles.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style=";font-family:Arial;font-size:11;" >Os homens passaram a ser produto escasso na nova era “politicamente correta”, os sexos proliferaram, dos antigos dois transformaram-se em quatro, ou mais.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style=";font-family:Arial;font-size:11;" >Os novos ricos passaram a determinar a cara das áreas urbanas.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style=";font-family:Arial;font-size:11;" >Iniciava a era dos paradoxos, edifícios e casas com aspecto e formato de prédios históricos foram construídos aos milhares empregando tecnologia de última geração.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style=";font-family:Arial;font-size:11;" >Os indícios da criação de uma nova cultura tropical, detectada nos anos 60, estavam mortos e enterrados, restavam apenas os ossos.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style=";font-family:Arial;font-size:11;" >O novo Brasil escutava música sertaneja, construía prédios que eram caricaturas, passava a maior parte de seu tempo livre assistindo programas de baixa qualidade na televisão e acompanhava a escalada da violência e das drogas.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style=";font-family:Arial;font-size:11;" >Tornou-se um país urbano, mais de 80% dos habitantes moravam nas cidades.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style=";font-family:Arial;font-size:11;" >A década de 90 terminou com fogos de artifício que anunciavam o novo milênio; os <i><span style="color:blue;">simsenhores</span></i> começaram a contagem regressiva para sua saída de cena.</span></b></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><br /><b><span style=";font-family:Arial;font-size:11;" ><o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style=";font-family:Arial;font-size:11;" >Os primeiros anos do novo século, que no futuro talvez sejam lembrados como a <span style="color:red;">década de 10</span>, evidenciam os sintomas da falta de regras novas para substituir aquelas que destruímos.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style=";font-family:Arial;font-size:11;" >Em New York um bando de loucos arrasou as torres que eram um dos símbolos da era moderna.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style=";font-family:Arial;font-size:11;" >A especulação tornou-se mais atraente que o trabalho, gente que poderia estar envolvida na produção passava os dias atenta a flutuação das bolsas de valores, oitenta anos depois do crash de 1929 conseguiram quebrar a economia mundial outra uma vez, não deveriam ter gazeteado nos dias das aulas de história.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style=";font-family:Arial;font-size:11;" >Num planeta com excesso de produção de alimentos, 1/6 da população tem fome.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style=";font-family:Arial;font-size:11;" >A devastação causada pelo consumismo desequilibrou o clima do planeta, temos chuva nos países árabes, tornados na Europa e seca na Amazônia.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style=";font-family:Arial;font-size:11;" >Os <span style="color:blue;">simsenhores</span>, bundões que adotaram o comportamento “politicamente correto”, entregaram o poder a políticos incorretos que destruíram a confiança nas instituições e agem apenas em defesa dos próprios interesses, são a antítese da democracia.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style=";font-family:Arial;font-size:11;" >As grandes cidades se tornaram ingovernáveis, as pressões e o jogo de interesses inviabilizaram o planejamento, leis que tentam estabelecer regras para o uso do solo são criadas à noite e destruídas pela corrupção na manhã seguinte.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style=";font-family:Arial;font-size:11;" >A nova era revelou-se um aquário virtual.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style=";font-family:Arial;font-size:11;" >Os telefones celulares levaram as pessoas a descobrir uma necessidade de comunicação desconhecida para as gerações anteriores, todos querem estar “on line”, discutir assuntos irrelevantes mesmo nas ocasiões mais significativas.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style=";font-family:Arial;font-size:11;" >Batismos, casamentos e velórios são interrompidos pelo som incômodo das chamadas dos aparelhos, o circo saiu de cena, o povo quer “pão e comunicação”.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style=";font-family:Arial;font-size:11;" >A privacidade foi para o espaço, a transa com a namorada nova, gravada por uma micro-câmera, escondida no olho do ursinho da cômoda, vai para o <i>pornotube</i> no dia seguinte, a platéia aplaude e se masturba, uma coisa de cada vez.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style=";font-family:Arial;font-size:11;" >Os novos ricos deixaram de ser novos, passaram a ser apenas ricos, tornaram-se uma casta, os ex-pobres que cobrem de feiura a paisagem das cidades.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style=";font-family:Arial;font-size:11;" >O chamado comportamento “politicamente correto” eliminou a criatividade que se tornou incorreta, as releituras e as cópias tornaram-se a regra,<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style=";font-family:Arial;font-size:11;" >Ninguém assume o risco de propor algo novo, o medo das críticas engessou as tentativas de lançar idéias e conceitos.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style=";font-family:Arial;font-size:11;" >O país da delicadeza da bossa-nova, da irreverência do futebol de Garrincha e da malícia dos textos de Jorge Amado, tornou-se um país tosco, sua trilha sonora é constituída por musica sertaneja e pagode, transformou os estádios de futebol em cenários de violência e restringe suas leituras às notícias publicadas nos tablóides.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style=";font-family:Arial;font-size:11;" >A mediocridade alastrou-se, a falta de novas opções trouxe de volta à luz dos holofotes pessoas que imaginávamos definitivamente enterradas nas páginas de revistas e documentários que retratam os acontecimentos de 50 anos atrás.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style=";font-family:Arial;font-size:11;" >O Pink Floyd, os Stones, Paul McCartney e vários outros astros da música dos anos 60 e 70 lotam estádios em suas apresentações.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style=";font-family:Arial;font-size:11;" >O passado é o grande hit da atualidade, os <span style="color:blue;">simsenhores</span> pagam qualquer preço para assistir aos artistas que compuseram a trilha sonora da época em que ainda eram <span style="color:blue;">nãosenhores</span>.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style=";font-family:Arial;font-size:11;" >Um bando de bundões nostálgicos.</span></b></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><br /><b><span style=";font-family:Arial;font-size:11;" ><o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style=";font-family:Arial;font-size:11;" >Os <i>baby-boomers</i>, que há muito tempo deixaram de ser <i>babies</i> e <i>boomers</i> não passaram na prova dos cinqüenta anos.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style=";font-family:Arial;font-size:11;" >As esperanças depositadas neles pelos pais, a geração dos que assistiram ou sobreviveram à segunda guerra mundial, foram frustradas.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style=";font-family:Arial;font-size:11;" >Os caras que demoliram os conceitos das gerações anteriores não resistiram à prova da realidade, foram atropelados pelo cotidiano e pela história.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style=";font-family:Arial;font-size:11;" >Tornaram-se especialistas em dizer “sim”, baixar a cabeça para qualquer um com jeito de poderoso e as calças para aqueles que eventualmente possam assegurar privilégios mínimos para suas existências pouco importantes.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style=";font-family:Arial;font-size:11;" >Nos últimos anos passaram a ser freqüentadores de velórios e enterros, dos pais, tios, padrinhos e amigos.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style=";font-family:Arial;font-size:11;" >Deixaram de ser os segundões, agora são os próximos na reta de partida para o desconhecido.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style=";font-family:Arial;font-size:11;" >Os filhos, a Geraxão X, que deveria ser motivo de orgulho e confirmação dos eventuais acertos de sua vida reiterou seu fracasso: quem não soube viver a altura das expectativas também não soube educar.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style=";font-family:Arial;font-size:11;" >Os <i>baby-boomers</i> falharam duas vezes, na construção do passado e do futuro.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style=";font-family:Arial;font-size:11;" >Sobrou apenas o medo e o sexo.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style=";font-family:Arial;font-size:11;" >O século XXI trouxe novas esperanças para aqueles que imaginavam estar condenados.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style=";font-family:Arial;font-size:11;" >Aos 48 minutos e 59 segundos da prorrogação o jogo passou a ter novas regras.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style=";font-family:Arial;font-size:11;" >As “carninhas” foram redimidas pelo Viagra.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style=";font-family:Arial;font-size:11;" >Homens que mal lembravam suas aventuras sexuais voltaram a freqüentar os “conventos”, pagam preço duplo: um para a química, outro para a falsa tesão de quem vende o corpo para agradar velhos barrigudos que ignoram o que contam os espelhos.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style=";font-family:Arial;font-size:11;" >Pintam os cabelos (os que sobraram) com estranhos tons de cajú e castanho, são a primeira geração que dispensa cartunistas, compõe a própria caricatura.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style=";font-family:Arial;font-size:11;" >As mulheres foram agraciadas com a reposição hormonal e a cirurgia plástica.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style=";font-family:Arial;font-size:11;" >Bundas, peitos, e pernas são preenchidas com borracha, é o vale-tudo contra a lei da gravidade.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style=";font-family:Arial;font-size:11;" >Para elas a hora da verdade ocorre por ocasião dos exames de Papanicolau e a mamografia.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style=";font-family:Arial;font-size:11;" >Para eles o medo é catalisado na visita anual ao urologista.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style=";font-family:Arial;font-size:11;" >Os <i><span style="color:blue;">simsenhores</span></i>, deitados na maca, vestidos apenas com um traje ridículo que deixa as bundas expostas, esperam pelo “momento trágico”.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style=";font-family:Arial;font-size:11;" >Antigamente seriam atendidos por um especialista com mãos delicadas e dedos finos.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style=";font-family:Arial;font-size:11;" >No século XXI as coisas mudaram.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style=";font-family:Arial;font-size:11;" >O urologista que vai fazer o exame tem dois metros de altura, bíceps largos e cada dedo de suas mãos tem a forma e as dimensões de uma “bockwurst”.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style=";font-family:Arial;font-size:11;" >O baby-boomer assiste aterrorizado ao momento que o médico veste as luvas de látex que parecem prestes a romper devido ao conteúdo dos dedos imensos.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style=";font-family:Arial;font-size:11;" >O médico num súbito acesso de delicadeza pisca o olho e diz para a patética criatura deitada na maca :<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style=";font-family:Arial;font-size:11;" >- Se segura meu!<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style=";font-family:Arial;font-size:11;" >Ele, numa reação automática, um hábito adquirido nas últimas décadas, apenas diz:<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style=";font-family:Arial;font-size:11;" >- <span style="color:red;">SIM SENHOR !!!!!!!!!!!!!!!!</span><o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style=";font-family:Arial;font-size:11;" ><o:p> </o:p></span></b></p>alfredhttp://www.blogger.com/profile/03610122809736153353noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6025601664764626395.post-61383851632907418902009-01-05T15:59:00.001-08:002009-01-05T15:59:26.049-08:00<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-size: 11pt; font-family: Arial;">30/3/2008<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-size: 14pt; font-family: Arial; color: blue;">Um pingo de história</span></b><span style="font-size: 14pt; color: blue;"><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">O Corrupcionário é um blog cuja finalidade é auxiliar na compreensão dos fatores que estão contribuindo para a deterioração da qualidade de vida em Florianópolis, considerada por muitos um endereço turístico de qualidade e eventual destino para migrantes oriundos dos grandes centros urbanos do Brasil, que buscam a oportunidade de viver em uma cidade que supostamente oferece baixos índices de criminalidade, oportunidades profissionais e a possibilidade de uma vida tranqüila a poucos minutos de distância do mar.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">A realidade insiste em contar outra história.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">A capital de Santa Catarina encontra-se no limite da suportabilidade, seus habitantes enfrentam diariamente congestionamentos de tráfego, violência urbana e todos os problemas percebidos hoje nas principais cidades brasileiras.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Dentre os fatores que contribuem para esta situação dois devem ser destacados: o colapso do planejamento urbano e a corrupção.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Em Florianópolis, tal como ocorre nas demais grandes e médias cidades brasileiras a corrupção é o principal fator que determina a ineficácia do planejamento urbano.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Esta situação, na qual interesses privados se sobrepõe ao interesse coletivo está diretamente relacionada às políticas de uso do solo, ou a falta delas, e evidencia a interferência dos interesses da industria da construção civil e dos especuladores imobiliários.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Para uma melhor compreensão do quanto a corrupção interfere na qualidade de vida dos habitantes das cidades brasileiras é preciso entender as transformações que ocorreram no país ao longo do último século.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Em 1900, 25% da população brasileira morava nas cidades e 75% vivia nas áreas rurais. Em 2008, segundo estatísticas oficiais, 82% vive nas cidades e 18% nas áreas rurais.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Dos 82% da população brasileira que vive nas cidades dois terços encontram-se numa faixa de 300 km ao longo da costa do país.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Os problemas comuns às principais cidades brasileiras decorrem de dois fatos políticos registrados ao longo do século XX. Em ambos os casos, aparentemente tratava-se de momentos em que o país daria passos rumo à modernidade, o tempo encarregou-se de provar o contrário.<br /> <!--[if !supportLineBreakNewLine]--><br /> <!--[endif]--></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial; color: rgb(51, 102, 255);">Momento 1: </span></b><b><span style="font-family: Arial; color: maroon;">21 de abril de 1960</span></b><b><span style="font-family: Arial;">.<br /> <!--[if !supportLineBreakNewLine]--><br /> <!--[endif]--></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Nesta data ocorreu a inauguração de Brasília, após 4 anos de obras o presidente Juscelino Kubitschek de Oliveira transferiu a capital do país para o planalto central e deu início ao processo de interiorização do desenvolvimento no Brasil.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">As inúmeras conseqüências positivas deste ato de coragem política são indiscutíveis.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Criou-se uma rede de estradas que viabilizou a expansão das fronteiras agrícolas e consolidou o Brasil como grande exportador de produtos agropecuários.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Foi estimulada a implantação de novas cidades e o desenvolvimento daquelas que já existiam porém, encontravam-se isoladas do restante do país devido à falta de corredores físicos de comunicação.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Associou ao Brasil, em termos internacionais, um momento de liderança no campo da arquitetura e do urbanismo ao implantar efetivamente uma série de conceitos nunca antes aplicados.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">As conseqüências negativas também são indiscutíveis.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">O cronograma de obras (cinqüenta anos em cinco), implicou em desafios nunca antes verificados na história do país o que propiciou o surgimento de um conjunto de empresas, as “grandes empreiteiras”, que detém poderes consideráveis, perceptíveis até os dias atuais.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">As “empreiteiras” interferem na vida da maioria dos brasileiros. Apesar de sua denominação, trata-se de imensas empresas de construção civil responsáveis pela maior parte das obras de grande porte no país. Elas constroem, estradas, aeroportos, prédios públicos, ruas e avenidas.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Trata-se de um pequeno grupo de empresas construtoras, cujo faturamento e alcance supera o somatório das demais empresas de construção civil em atividade no Brasil.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">É um monstro cuja origem encontra-se na construção de Brasília. A maioria delas surgiram e foram consolidadas durante as obras de construção da nova capital do país.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">O poder destas grandes empresas de construção civil influi na composição do Orçamento Geral da União (OGU), nas decisões tomadas pelos ministérios e nas votações do Congresso Nacional.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Inúmeras reportagens veiculadas por órgãos de comunicação de alcance nacional demonstraram que diversos ex-Presidentes da República, foram sustentados até o final de suas vidas por recursos disponibilizados por estas empresas.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Tais informações jamais foram contestadas.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">A data de inauguração de Brasília corresponde ao surgimento do “poder paralelo” exercido por estas grandes empresas da construção civil cuja influência pode ser percebida pela maioria dos habitantes das áreas urbanas do país.<br /> <!--[if !supportLineBreakNewLine]--><br /> <!--[endif]--></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial; color: rgb(51, 102, 255);">Momento 2: </span></b><b><span style="font-family: Arial; color: maroon;">5 de outubro de 1988.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Nesta data foi promulgada a nova constituição em vigor no Brasil.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Este documento, que deveria ser o passaporte do país para um mundo globalizado, no qual a prevalece a competitividade, revelou-se um monumento ao revanchismo.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">A chamada “Assembléia Constituinte”, composta por uma maioria de políticos de esquerda, definiu um documento que, supostamente, deveria desestimular, através de dispositivos legais, a possibilidade de surgimento de outra “ditadura” com poderes para inibir as atividades políticas de quaisquer grupos ideológicos com opinião contrária àquela dos governantes.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">A idéia que deu origem a este conjunto de medidas determinadas pela constituição parece, à primeira vista, um manifesto de bom senso, o dia a dia provou o contrário.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Aquele que deveria ser um documento que consolidava a liberdade de opinião e orientação política, o bastião de defesa das “liberdades individuais” revelou-se, ao longo dos anos, um instrumento que engessou o poder judiciário.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Em nome das “liberdades individuais” institui-se a “ditadura das liminares”, dos protelamentos jurídicos e da impunidade.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Os brasileiros tem acompanhado através dos meios de comunicação inúmeros atos do Ministério Público e da Polícia Federal em que pessoas são presas por atos contra os interesses do país e da comunidade e, pouco tempo depois, são postos em liberdade graças a dispositivos assegurados pela constituição em vigor no pais.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Tornamo-nos o país da impunidade. No Brasil o crime compensa e a liberdade dos criminosos é assegurada por dispositivos constitucionais.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Os cidadãos das grandes e médias cidades brasileiras quando estiverem presos em engarrafamentos, sob a mira de armas de criminosos, indignados com a ocupação de áreas de preservação permanente, escandalizados por obras ilegais realizadas por empresas da construção civil e angustiados com o futuro, devem lembrar destas duas data, 21 de abril de 1960 e 5 de outubro de 1988, e avaliar os acontecimentos nelas ocorridos e o quanto influenciaram, ou prejudicaram, a sua qualidade de vida.</span></b><b><span style="font-size: 11pt; font-family: Arial;"><o:p></o:p></span></b></p>alfredhttp://www.blogger.com/profile/03610122809736153353noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6025601664764626395.post-66151262717751675542009-01-05T15:58:00.001-08:002009-01-05T15:58:51.081-08:00<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 12pt;"><b><span style="font-size: 11pt; font-family: Arial;">29/3/2008<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 12pt;"><b><span style="font-size: 14pt; font-family: Arial; color: blue;">Civilidade</span></b><span style="font-size: 14pt; font-family: Arial; color: blue;"><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Quando o Rio deixou de ser uma “Cidade Maravilhosa”?</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Quando São Paulo deixou de ser “Quatrocentão” e “da garoa”?</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Quando Florianópolis deixou de ser a “Terra de sol e mar”?</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">As denominações simpáticas, que costumavam ser associadas automaticamente a estas cidades, perderam o sentido.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">A violência urbana, engarrafamentos, favelização e outros “danos colaterais” gerados pelo que supostamente seria progresso e/ou desenvolvimento, eliminaram os adjetivos afetuosos vinculados às cidades substituindo-os por um rosário de reclamações contra os aqueles que estão nocauteando a qualidade de vida.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Existem inúmeros fatores que contribuem para a deterioração da infra-estrutura do país e das suas grandes e médias cidades, a construção civil tem uma parcela considerável de culpa por esta situação.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Em Florianópolis diversos bairros apresentam as cicatrizes deixadas pela passagem predatória das empresas da construção civil, materializadas por projetos de arquitetos e engenheiros que ignoraram princípios éticos, por políticos, que “generosamente” criaram alterações de zoneamento que permitiram estas aberrações, legitimadas por funcionários do município cujos interesses pessoais foram colocados à frente dos interesses da cidade e de seus moradores.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Áreas antes agradáveis tornaram-se objeto da ganância, combustível que alimenta a corrida imobiliária.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">No entanto, a história baseia-se em fatos e provas materiais, elas estão aí para que todos possam compreender a extensão dos danos causados pela ocupação indiscriminada do solo.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Bairros como João Paulo (Saco Grande), Itacorubí, Ingleses e Campeche são testemunhas (e provas) dos danos infligidos pela construção civil e seus servos.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Regiões sem infra-estrutura, com sistema viário inadequado e deficiências no abastecimento dos serviços urbanos básicos foram ocupados como se fossem dotados de amplas ruas e avenidas, sistema de abastecimento de água, coleta de esgoto, rede elétrica e telefônica semelhantes aquelas existentes em áreas planejadas e executadas conforme os dispositivos legais.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">A corrupção e a falta de ética são constantes na história da humanidade porém, para chegar ao ponto da permissividade verificada em Florianópolis tornou-se necessário um fator: a passividade da população.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Nenhum destes danos teria ocorrido caso o povo da cidade manifestasse sua contrariedade antes dos eventos, não foi o que ocorreu.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">A população manifestou-se apenas quando os estragos já haviam ocorrido.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">O histórico da perda de qualidade de vida em Florianópolis é um fenômeno recente, coisa de 20 anos.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Porque ignoramos o que estava sendo feito frente aos nossos olhos?</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Porque não interferimos quando isto ainda era possível?</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Porque insistimos em não aprender as lições da história?</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">As respostas a estas perguntas, caso tenhamos a coragem de enfrenta-las, traçam um retrato pouco elogioso de todos nós que supomos ser cidadãos.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Bobagem, tudo isto ocorreu pois o primeiro princípio que abandonamos foi a civilidade.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Deu no que deu.<o:p></o:p></span></b></p>alfredhttp://www.blogger.com/profile/03610122809736153353noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6025601664764626395.post-718271607585006612009-01-05T15:57:00.000-08:002009-01-05T15:58:10.832-08:00<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-size: 11pt; font-family: Arial;">12/3/2008<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style=""><b><span style="font-size: 14pt; font-family: Arial; color: rgb(51, 51, 153);">O que houve conosco?</span></b><b><span style="font-size: 14pt; font-family: Arial;"><br /> <!--[if !supportLineBreakNewLine]--><!--[endif]--><o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style=""><b><span style="font-family: Arial;">Em 2002 uma editora de Florianópolis publicou um livro cujo título era “Pêssego Gay – Architectusaurus Erectus”, escrito por Nestor Pinto Madeira e o autor deste blog.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">De lá para cá tenho escutado e lido repetidamente uma pergunta: “Com tanto assunto, o que leva um arquiteto a escrever sobre corrupção?”</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Invariavelmente respondo: “Ética: pessoal e profissional”.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Tenho plena consciência dos riscos envolvidos em abordar um tema tão difícil.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">A construção civil em geral e a arquitetura em particular, minhas áreas de atuação, sofreram um processo de corrompimento que a minha geração, aqueles nascidos nos anos 50 e 60, jamais poderiam supor que viesse a ocorrer.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">É preciso deixar claro que os meus contemporâneos ficam especialmente escandalizados com o país de hoje pois, ao contrário daqueles que nasceram após 1980, conhecemos:</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">- Um Brasil com ótimas estradas e uma razoável rede ferroviária. </span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">- Um Brasil no qual, sem distinção de classe, utilizávamos a rede de saúde pública que era muito boa.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">- Um Brasil no qual gente corrupta desaparecia de circulação pois tornava-se “mal falada”.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">- Um Brasil no qual o governo funcionava razoavelmente e as instituições impunham respeito.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">- Um Brasil no qual as escolas públicas eram referência de qualidade. </span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">- Um Brasil no qual o termo “político” não era sinônimo de “escória”. </span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">- Um Brasil no qual futuro era associado a sinais de exclamação, não interrogação.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Provavelmente você deve estar pensando: “Pronto, é outro daqueles saudosistas chatos, um ex-garoto que amava os Beatles e os Rolling Stones, logo vai estar publicando fotos antigas da cidade e comentando sobre a coleção de figurinhas dos jogadores da seleção de 1970."</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Nada disto, dispenso as fotos e as figurinha. Por outro lado, fico com as músicas.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Faço parte de um grupo no qual os membros supunham ser revolucionários. Ajudamos a quebrar alguns tabus:</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">- Desmistificamos a virgindade e decretamos o amor livre.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">- Apoiamos a revolução do ensino e o abandono dos velhos métodos didáticos.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">- Execramos os militares e fomos às ruas exigir eleições diretas.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">- Ridicularizamos Pelé quando disse que não sabíamos votar.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">- Elegemos dois fanfarrões: um do topo e outro da base da pirâmide social.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">- Nos encantamos com a nova televisão e nos tornamos escravos dela.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">- Trocamos os jornalões pelos tablóides. </span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">- Fumamos e cheiramos todas.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">- Criamos slogans e passamos a acreditar neles.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">- Abolimos as velhas regras.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Deu no que deu.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Esquecemos um princípio fundamental: quem quebra velhas regras tem por obrigação estabelecer as novas. </span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">No entanto, o pior de todos nossos defeitos veio à tona nos últimos anos : aprendemos a conviver com a corrupção, a tolera-la, fazer de conta que não vemos.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">A minha geração, que um dia imaginou ser revolucionária, revelou-se um grupo lamentável de gente covarde, protagonistas de algumas páginas em branco nos livros de história do futuro.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Ainda não entendemos bem a extensão do mal que nossa apatia e falta de tutano causou a este país.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">O que houve conosco?</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Como deixamos as coisas chegar a este ponto?<o:p></o:p></span></b></p>alfredhttp://www.blogger.com/profile/03610122809736153353noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6025601664764626395.post-41718873173920047372009-01-05T15:56:00.000-08:002009-01-05T15:57:19.705-08:00<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-size: 11pt; font-family: Arial;">29/2/2008<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-size: 14pt; font-family: Arial; color: blue;">Um problema nacional</span></b><span style="font-size: 12pt; color: blue;"><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">O prefeito Dário Berger submeteu à Câmara de Veradores um conjunto de medidas polêmicas cuja aprovação, entre outras conseqüências, supostamente regularizaria as atividades comerciais que hoje funcionam sob o regime conhecido como “Ex-Ofício”.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">No mesmo “pacote” foi incluída uma proposta no sentido de não liberar novos alvarás de construção na área conhecida como “Bacia do Itacorubi”; ela atualmente está sendo ocupada por um grande volume de obras de grande porte para as quais não existe infra-estrutura de serviços (água, esgoto, luz, telefone e sistema viário).</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">A existência de um regime de exceção (os alvarás “Ex-Ofício” deveriam ser exceções não a regra) bem como ocupação desordenada de áreas da cidade que não estão prontas para receber em curto prazo um volume de construções não previsto no Plano Diretor, são apenas duas conseqüências, dentre tantas outra, do processo de corrompimento de setores da administração municipal de Florianópolis.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">A matéria reproduzida abaixo, publicada pela Folha de São Paulo, demonstra tratar-se de um problema de âmbito nacional que atinge as capitais bem como as grandes e médias cidades brasileiras. </span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">A diferença entre cidades como São Paulo e Florianópolis reside no grau de conhecimento que a população tem da corrupção.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Enquanto em Florianópolis a imprensa raramente aborda as questões relativas aos problemas éticos da administração municipal e/ou estadual, visto que os órgãos de comunicação com maior penetração fazem parte de um quase-monopólio, os meios de comunicação em São Paulo vivem sob o regime da concorrência.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">A diferença é palpável.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Por outro lado, independente do grau de conhecimento que a população das cidades tem sobre o funcionamento da máquina administrativa, cabe ao povo que nelas vive exigir postura ética e bom funcionamento das instituições.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Cada cidade é um pequeno universo, bastante semelhante ao universo vizinho que por vezes encontra-se a poucos quilômetros de distância. Assim como ocorre com as familias cada cidade precisa resolver seus própriosproblemas. Gente de fora não deveria “meter a colher”.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Vale para Florianópolis, vale para São Paulo.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-size: 11pt; font-family: Arial; color: gray;">Liberação de licenças reduz a corrupção, diz Andrea Matarazzo</span></b><span style="font-size: 12pt; color: gray;"><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial; color: gray;">Folha de São Paulo ; 29/2/2008</span></b><span style="color: gray;"><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial; color: gray;">A liberação quase irrestrita de alvarás de funcionamento para o comércio da cidade pode ajudar a inibir a corrupção nas subprefeituras, admite a Prefeitura de São Paulo.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial; color: gray;">"No momento em que você fizer isso [liberar o alvará da empresa mesmo que o imóvel esteja ilegal], muito do comércio será regularizado. Reduz a corrupção na medida em que você reduz a informalidade", disse o secretário das Subprefeituras, Andrea Matarazzo.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial; color: gray;">O vereador Adolfo Quintas (PSDB), autor do projeto, também relata a preocupação com a corrupção. "A idéia é o pessoal se regularizar até para não dar margem para desvio de conduta [dos fiscais]. Não estou dizendo que estejam fazendo isso, mas você sabe o que já aconteceu nessa cidade", afirmou.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial; color: gray;">Para Quintas, é muito difícil regularizar os imóveis em São Paulo, "a cidade dos puxadinhos". "Em Cidade Tiradentes tem só seis imóveis regulares. Penha, São Miguel, Ermelino Matarazzo, a mesma coisa. Em outra cidade, você entra com a planta e em uma semana está regularizando. Aqui, leva anos."<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial; color: gray;">Um exemplo da burocracia é o shopping Capital, na Mooca (zona leste): inaugurado em 2006, ainda não tem alvará.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial; color: gray;">"O empreendimento desde sempre diligenciou para resolver a situação, mas você tem um corpo de leis que é mastodôntico.", diz Adriano Augusto Fernandes Jr., diretor da Ilbec, responsável pelo shopping.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial; color: gray;">A Subprefeitura da Mooca informou que o shopping, embora tenha construído acima da metragem quadrada permitida para a região, já deu entrada no processo de regularização e tem prazo para solucionar.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial; color: gray;">"O shopping está se regularizando. Eles construíram a mais do que poderiam, mas é uma situação que é possível consertar", diz Rogério Lopes, chefe-de-gabinete da subprefeitura.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial; color: gray;">As lojas do shopping também sofrem com a dificuldade para regularizar a documentação. "Alvará? Aqui, ninguém tem. Como é que vou atrás se o próprio shopping não tem?", diz Sérgio Fokin, sócio de um café, aberto há quase dois anos.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial; color: gray;">Matarazzo acusa também parte dos empreendedores, que "muitas vezes, conta com a corrupção e com as anistias. Anistia não vai ter mais porque pune aquele que trabalha direito".</span></b><span style="color: gray;"><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-size: 11pt; font-family: Arial; color: gray;">Comerciante reclama de exigências de alvará</span></b><span style="font-size: 12pt; color: gray;"><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial; color: gray;">Entre comerciantes da av. General Edgar Facó e adjacências, em Pirituba (zona norte de São Paulo), o comentário é que não há estabelecimento comercial com alvará nos arredores.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial; color: gray;">"Ninguém tem alvará por aqui. Dizem que os imóveis estão todos irregulares. Podia haver uma anistia", afirma Rogério Ramalho, 36, proprietário de uma revendedora de carros usados, ainda sem alvará.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial; color: gray;">Um escritório de contabilidade a poucos quarteirões dali, que costuma ser procurado por interessados em abrir uma empresa, vive o mesmo problema dos clientes: conseguir uma planta aprovada.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial; color: gray;">"Ainda não temos a planta aprovada. Faz um ano que estamos atrás. Tem que contratar engenheiro e pagar as taxas da prefeitura", diz Ronald Farias, 34, funcionário do escritório.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial; color: gray;">Proprietário de uma auto-elétrica nas redondezas, Agnaldo Francisco de Paula, 49, diz que já desistiu de conseguir o alvará de funcionamento de seu estabelecimento. "Pra tudo precisa de contador, advogado. É muito documento, muita burocracia. Já desisti. Vou trabalhando até algo acontecer", diz.<br />Ele reclama que as exigências hoje são exageradas. "Você precisa de dois banheiros para funcionar uma oficina mecânica? Por que não facilitam pra poder regularizar? Antes não exigiam isso. Estou mais preocupado porque o Kassab está exigindo mais", diz de Paula.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial; color: gray;">Próximo dali, o dono de um bar, que não quis se identificar, diz que um fiscal já esteve no local. "Fui ameaçado de ser lacrado por falta de alvará. Mas e pra providenciar? É só dificuldade, com prefeitura, com proprietário [do imóvel, alugado], com tudo", queixa-se.<o:p></o:p></span></b></p>alfredhttp://www.blogger.com/profile/03610122809736153353noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6025601664764626395.post-75438027230076585512009-01-05T15:54:00.000-08:002009-01-05T15:55:36.075-08:00<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-size: 11pt; font-family: Arial;">20/1/2008<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-size: 14pt; font-family: Arial; color: rgb(51, 51, 153);">Os Bruxos e os Trouxas</span></b><span style="font-size: 14pt;"><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Todos aqueles que por preconceito ou desinteresse deixaram de ler a série de livros que relatam as aventuras de Harry Potter perderam a oportunidade de conhecer a subdivisão das classes de pessoas estabelecida pela escritora J. K. Rowling.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">No mundo ficcional criado por ela existem duas categorias de indivíduos: os bruxos, pessoas com capacidades especiais e poder de alterar o mundo, e os trouxas, todas as demais pessoas destituídas de tais habilidades.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Em Florianópolis, alcunhada “Ilha da Magia” pelos marqueteiros, o folclore inclui inúmeras lendas relativas a bruxas e bruxarias, o que os “trouxas” locais não percebem é que as verdadeiras bruxarias estão ocorrendo hoje, praticadas por bruxos eleitos, a última delas foi denominada moratória.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">A desinformação e a falta de percepção da história recente da cidade levam as pessoas a acreditar que estão frente a um fato novo quando na verdade se trata apenas de um velho artifício, utilizado anteriormente, cujo resultado sempre foi o enriquecimento de políticos e burocratas corruptos.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Para entender melhor estas artimanhas bruxólicas vale recordar três eventos da história recente da cidade:<!--[if !supportLineBreakNewLine]--><br /> <!--[endif]--><o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">1 – <span style="color: rgb(51, 51, 153);">O Plano Diretor de 1997</span>.<!--[if !supportLineBreakNewLine]--><br /> <!--[endif]--></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">A prefeita Angela Amin submeteu à Câmara de Vereadores um novo Plano Diretor para substituir aquele que estava em vigor desde 1976 e fora aprovado na primeira gestão de seu marido, Espiridião Amin, como prefeito de Florianópolis.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Durante os trâmites do texto na Câmara foram propostas pelos vereadores cerca de 300 alterações, a maioria de interesse da indústria da construção civil e dos grandes proprietários de imóveis.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Nenhuma delas foi incorporada ao texto do plano porém, em anos subseqüentes, foram aprovadas alterações pontuais de zoneamento, em sua maioria destinadas a atender os interesses dos mesmos grupos e indivíduos que patrocinaram as emendas apresentadas em 1996/97.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Entre estas alterações está incluída aquela que modificou o zoneamento na região da bacia do Itacorubi permitindo a construção de edifícios em locais que anteriormente estavam destinados a implantação de residências.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Curiosamente, a moratória que está sendo analisada pela Câmara de Vereadores visa eliminar os efeitos negativos de uma mudança pontual de zoneamento aprovada naquela casa.</span><br /></b><b><span style="font-family: Arial;">Estão pedindo aos bruxos que revertam sua bruxaria!<!--[if !supportLineBreakNewLine]--><br /><!--[endif]--></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">2 – <span style="color: rgb(51, 51, 153);">O Caso das transferências de Índice</span>.<!--[if !supportLineBreakNewLine]--><br /><!--[endif]--></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Em 2006 a Câmara de Vereadores, o “Grande Fórum da Bruxaria Mané”, aprovou uma lei que alterava os critérios estabelecidos no Plano Diretor de 1997 para a transferência do direito de construir, também conhecida como “Transferência de Índice”.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Este mecanismo <i>malandro</i> que permitia comprar índice de aproveitamento no Ribeirão da Ilha por meia dúzia de tostões, aplicando-o na avenida Beira Mar Norte onde passava a valer meia dúzia de milhões, seria substituído pela criação de regras mais rígidas em relação ao assunto.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Diversas empresas da construção civil, assustadas com a possível perda dos altos lucros decorrentes deste mecanismo embutido no plano diretor apresentaram, a toque de caixa, 70 projetos de construção de prédios que, miraculosamente, foram aprovados e licenciados pela SUSP em 35 dias, através de processos sumários os quais, sob circunstâncias normais, demandariam meses de tramitação.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Esta “bruxariazinha” foi muito rentável até o momento em que, por ação do Ministério Público, a lei aprovada pela Câmara foi declarada inconstitucional.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Neste caso os “trouxas” foram representados pela indústria da construção civil, que pagou em dobro por um produto que costumava comprar pela metade.<br /> <!--[if !supportLineBreakNewLine]--><!--[endif]--><o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">3 – <span style="color: rgb(51, 51, 153);">Operação Moeda Verde</span><!--[if !supportLineBreakNewLine]--><br /><!--[endif]--></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Em 3 de maio de 2006 a rede telefônica de Florianópolis foi sobrecarregada por telefonemas de pessoas que avisavam a amigos e conhecidos: “Ligue a televisão, você não vai acreditar, estão prendendo os maiores figurões da cidade”.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Era verdade, algumas das pessoas mais conhecidas do município, freqüentadoras habituais das colunas sociais, econômicas e políticas da mídia local estavam sendo encarceradas na sede da Polícia Federal.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Os mais esperançosos acreditaram que naquele momento estava ocorrendo uma reviravolta histórica no processo de uso do solo em Florianópolis, supostamente os “bandidos”, então encarcerados, cederiam lugar aos “mocinhos”, gente que iria atuar segundo as regras estabelecidas.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Trouxas, não foi este o final da história.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">O epílogo real conta que os encarcerados foram liberados, alguns agraciados com cerimoniais de “desagravo”, e ficou tudo como sempre fora até então.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">A operação Moeda Verde enfatizou que Florianópolis tem donos, eles são ciosos de sua propriedade, e não existem instituições públicas, municipais, estaduais ou federais com poderes suficientes para alterar este fato.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Ao contrário do que pensaram os trouxas a Moeda Verde não foi um tsunami, foi apenas uma marolinha.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">A moratória proposta para as construções na bacia do Itacorubi representa apenas mais um capítulo nesta história do confronto entre bruxos e trouxas em que os trouxas sempre serão os perdedores.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Para mudar o epílogo desta história seria necessária uma mudança inconcebível no mundo de J.K. Rowling: os trouxas teriam de reagir, coisa que nunca ocorreu antes.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Do ponto de vista urbanístico a moratória proposta é coerente, ela propõe a criação da infra-estrutura de serviços (água, esgoto, transporte e energia) para atender à demanda destes serviços gerados pela construção de edifícios e conjuntos residenciais numa região historicamente carente de tais benefícios.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Por outro lado, atrela o processo de desenvolvimento regional a zoneamentos adequados que serão estabelecidos pelo novo plano diretor, cuja aprovação não tem prazo definido.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Outra medida que está sendo analisada pela Câmara de Vereadores é a regularização dos estabelecimentos comerciais que atualmente funcionam com sustentação legal precária graças ao chamado “ex-oficio”.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Segundo o texto submetido a Câmara, os estabelecimentos que funcionam sob esta condição teriam um ano para legalizar sua situação junto à municipalidade por meio de processos que deverão ser encaminhados à SUSP.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Ocorre que a SUSP é comprovadamente o órgão mais corrompido da administração municipal. Os inquéritos da Polícia Federal demonstram que o IPUF, até então considerado um órgão idôneo, também conta com sua parcela de funcionários cuja integridade é colocada em dúvida.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Boa parte dos estabelecimentos que operam sob o regime “ex-ofício”, possuem alvarás expedidos pela Vigilância Sanitária e pelo Corpo de Bombeiros, sua situação semilegal decorre da postura da SUSP e/ou do IPUF.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Segundo o texto enviado a Câmara de Vereadores a legalização dos estabelecimentos que operam em regime “ex-ofício” depende de trâmites junto a estes órgãos que inviabilizaram esta possibilidade anteriormente.<br /> <!--[if !supportLineBreakNewLine]--><!--[endif]--><o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial; color: blue;">Solução</span></b><b><span style="font-family: Arial;"> :</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Caso houvesse real interesse da municipalidade em legalizar os estabelecimentos que hoje funcionam de forma precária seriam necessárias algumas medidas :</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">1 – Excluir a SUSP e o IPUF do processo.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">2 – Criar uma secretaria provisória para regularização dos estabelecimentos que operam em regime “ex-ofício”.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">3 – Esta secretaria deveria ser constituída por técnicos contratados por período determinado (Sem vinculo com a SUSP ou IPUF).</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">4 – Estabelecer esta secretaria provisória em espaço compartilhado com a Vigilância Sanitária e o Corpo de Bombeiros.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">5 – Colocar “on-line” todos os processos de regularização de estabelecimentos comerciais para permitir o livre acesso aos trâmites.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">6 – Instalar esta secretaria em um espaço controlado por “Web-cams” que permitam a livre visualização das atividades ali desenvolvidas.<!--[if !supportLineBreakNewLine]--><br /><!--[endif]--></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Como sabemos, as hipóteses acima relacionadas eliminariam qualquer possibilidade de “interferência política” nos processos, ou seja, eliminaria a hipótese de cobrança de propinas em um ano eleitoral, sedento de “verbas de campanha”.<br />Significa que os bruxos continuarão fazendo suas bruxarias e os trouxas, como sempre, permanecerão trouxas.<o:p></o:p></span></b></p>alfredhttp://www.blogger.com/profile/03610122809736153353noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6025601664764626395.post-66565234029231293982009-01-05T15:53:00.000-08:002009-01-05T15:54:07.312-08:00<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-size: 11pt; font-family: Arial;">5/12/2007<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-size: 14pt; font-family: Arial; color: navy;">NÃO FOI UM TSUNAMI, APENAS UMA MAROLINHA</span></b><span style="font-size: 14pt;"><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Em maio de 2007 a população de Florianópolis estarrecida tomou conhecimento da Operação Moeda Verde. Estarrecida em termos. </span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Muitos moradores da cidade foram surpreendidos, não pelas informações que vieram a público e sim pelo fato de ocorrer uma operação desta natureza sem oportunidade para que os “donos da cidade” pudessem abafar o assunto como ocorre habitualmente.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Explica-se, algumas pessoas que desejariam fazer ou fazem parte do grupo que decide em “petit- comitée” os principais temas relativos ao presente e o futuro da capital de Santa Catarina gozaram do duvidoso prazer de uma hospedagem nas celas da Polícia Federal.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Este acontecimento, cuja relevância foi superestimada na ocasião, poderia representar um marco na história da cidade: o momento em que os interesses de um pequeno grupo fossem substituídos por outros que representassem os anseios da maioria, na prática corresponderia a substituição do feudalismo pela democracia.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">O destino, com a ajuda de “uma mãozinha aqui e outra ali”, não quis que fosse assim. </span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Passados vários meses o que se percebe é que o assunto está caindo no esquecimento, passou das manchetes para as páginas em que temas de pouca importância são tratados em pequenas matérias impressas com letras igualmente pequenas. </span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Por outro lado, fatos “relevantes” ocorreram neste meio tempo, os times da cidade não foram rebaixados no campeonato brasileiro, Michael Schumacher veio brincar com karts, mais uma vez um agiota lesou um grupo de incautos e a vida continua.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Os implicados pelas investigações da Polícia Federal retomaram suas atividades como se nada houvesse ocorrido, as construções ilegais continuam em andamento, a pleno vapor, o trânsito está mais caótico, o preço da carne está “pela hora da morte” e a vida continua.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Ninguém quer investigar nada.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">O prefeito que perdeu parte de sua equipe acusada de corrupção não julgou necessário investigar as atividades da SUSP e do IPUF.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">O Ministério Público Estadual, sempre equilibrado sobre o muro, mantém um silêncio constrangedor.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">O CREA não manifestou qualquer reação ao fato de boa parte dos indiciados ser constituída por engenheiros e arquitetos.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Sem dúvida a vida continua.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">A operação Moeda Verde não foi um tsunami, apenas uma marolinha.<o:p></o:p></span></b></p>alfredhttp://www.blogger.com/profile/03610122809736153353noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6025601664764626395.post-54244857665684095442009-01-05T15:52:00.000-08:002009-01-05T15:53:09.151-08:00<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-size: 11pt; font-family: Arial;">8/11/2007<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><a name="1120843342848306448"></a><b><span style="font-size: 14pt; font-family: Arial; color: navy;">DEMAGOGIA</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial; color: black;">[Do grego demagogía.]</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial; color: black;">S. f. </span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial; color: black;">1. Dominação ou preponderância das facções populares. </span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial; color: black;">2. Conjunto de processos políticos hábeis tendentes a captar e utilizar, com objetivos menos lícitos, a excitação e as paixões populares. </span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial; color: black;">3. Afetação ou simulação de modéstia, de pobreza, de humildade, de desprendimento, de tolerância, etc., com finalidade demagógica. </span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial; color: black;">4. Pejorativo: Demagogice. </span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial; color: black;">AH !!! Aí está você.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial; color: black;">Nem precisei perguntar, sua mulher logo informou: “O bunda-mole está sentado em frente à televisão coçando o saco”. Garoto, seu cartaz está no bagaço.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial; color: black;">Que futebol que nada. O lanterna bateu o campeão? Grande coisa, lanterna é aquilo que você iria precisar nos próximos anos caso a reunião de ontem não houvesse chegado a um bom resultado.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial; color: black;">Esperei algum tempo por você e os seus amigos, não preciso lhe dizer que não fiquei muito surpreso quando vocês, e a população do centro de Florianópolis, não apareceram.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial; color: black;">Depois reclamam dizendo que “eles” estão de sacanagem. Sacanagem sim, mas muito bem organizada e vocês? Levantaram um dedo para tentar modificar a situação? Que nada, estão confiantes que sempre haverá “alguém” que faça “alguma coisa”.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial; color: black;">Pois quando decidiram não ir a reunião onde seria discutida a nova subestação da CELESC perderam a rara oportunidade de assistir a alguns dos “luminares” da administração local e das entidades comunitárias baterem, simbolicamente, no peito e afirmarem: “Mea culpa”. </span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial; color: black;">Foi uma espetáculo interessante, seria adequado chama-lo de “Convenção daqueles que mijaram no tapete da sala”.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial; color: black;">Foi apenas após as declarações do presidente da ANEEL que este povo percebeu que trocou os pés pelas mãos. Lembra da declaração?</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial; color: black;">“</span></b><b><span style="font-family: Arial; color: rgb(102, 102, 102);">Apesar de haver quantidade de energia suficiente para abastecer a cidade, não foram construídas linhas de transmissão ligando a capital catarinense ao restante do país porque órgãos ambientais municipais e a Câmara dos Vereadores não autorizaram. </span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial; color: rgb(102, 102, 102);">Florianópolis perceberá a contradição entre qualidade de vida e uma postura ambiental muito firme. Há uma alta probabilidade de acontecer pequenos blecaute quanto houver picos de consumo no Réveillion e no carnaval</span></b><b><span style="font-family: Arial; color: black;">".</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial; color: black;">Aí está a sua lanterna rapaz, no próximo verão será muito útil.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial; color: black;">Estavam presentes todos os protagonistas da lambança:</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial; color: black;">- Muitos políticos com seus “motores Flex” mas, curiosamente, os poucos tracionados por “Motores mono-combustível” não compareceram.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial; color: black;">- Aquele xerife que deveria estar caçando contraventores mas, aparentemente, prefere conviver com eles.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial; color: black;">- Os burocratas e aspones de praxe neste tipo de evento.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial; color: black;">- Os representantes das entidades comunitárias, que por ocasião do projeto anterior, inviabilizado por todos eles, diziam que iria abalar a saúde da população residente no entorno. Mudaram da água para o vinho, agora querem que seja construído um play-ground junto à subestação. </span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial; color: black;">Como resultado desta brusca e inusitada mudança de posição ninguém prestou atenção ao único palestrante da noite que deveria ser o centro das atenções : um engenheiro, especialista em campos eletromagnéticos que explicou: nunca houve, tampouco haverá, problemas de doenças originadas pela subestação.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial; color: black;">Pois o homem falou para as paredes, todos assistiram sua apresentação com impaciência, era nítido que ninguém estava interessado no assunto. A uma parte dos presentes não interessava salientar que havia explorado a falta de conhecimento da população e a outra, não interessava demonstrar que havia se prestado a um papel ridículo.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial; color: black;">Meu garoto, você prefere que eu lhe conte uma mentira piedosa ou a verdade cruel? A verdade ? Pois bem.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial; color: black;">A verdade é que a reunião de ontem foi uma belíssima encenação, daquelas para inglês ver; ficou evidente que as partes envolvidas já haviam chegado a um acordo bem antes daquele teatrinho, que será reprisado infinitas vezes, pela TV Câmara.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial; color: black;">Assista meu rapaz. O teatro sempre educa.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial; color: black;">Você e seus amigos, além de todos os moradores do entorno do Morro da Cruz, ao não comparecerem àquela reunião perderam a rara oportunidade de ver como as coisas poderiam ser diferentes caso poupassem seus sacos, seus olhos e seus miolos, assistindo menos programas idiotas na televisão e participando um pouco mais da solução dos problemas da cidade.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial; color: black;">Sua mulher tem toda razão: “Boa noite bunda mole”.<o:p></o:p></span></b></p>alfredhttp://www.blogger.com/profile/03610122809736153353noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6025601664764626395.post-84170829309205696582009-01-05T15:51:00.001-08:002009-01-05T15:51:49.338-08:00<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-size: 11pt; font-family: Arial;">4/11/2007<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-size: 12pt; font-family: Arial; color: rgb(51, 51, 153);">O ESCUDO MANÉ</span></b><span style="font-size: 12pt;"><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Um aspecto pouco percebido da Operação Moeda Verde é o seu ineditismo. Atônitos, muitos dos envolvidos, além de um número considerável de pessoas em Florianópolis, tentam entender: Como foi possível tamanho estrago na reputação de diversos representantes, supostamente ilustres, da sociedade local?</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">A resposta é elementar: foi uma OPERAÇÃO FEDERAL! Ela escapou ao controle de danos do escudo social que protege os “do andar de cima” do edifício social chamado Florianópolis que, ao longo de anos, décadas na verdade, tem permitido acobertar desvios de verbas públicas, corrupção, roubo e delitos de toda a natureza.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Os migrantes que mudaram de outros locais do Brasil para Florianópolis descobriram rapidamente que Florianópolis é um feudo, com senhores extremamente ciosos do seu poder e dispostos a preservá-lo, a qualquer custo.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Na capital de Santa Catarina o sucesso, ou insucesso, em diversos setores da vida econômica está diretamente relacionado à capacidade de aceitar o poder destes senhores que comandam tudo, o bom senso indica que, no mínimo, é preciso manter uma atitude neutra em relação a eles.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">A origem deste feudo data dos primórdios do século XX quando foi estabelecida a rivalidade entre o grupo dos “serranos” e “a alemoada do Vale do Itajaí”. </span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">A proclamação da república e a constituição de partidos políticos deu nome a estes grupos. </span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Durante algum tempo foi “PSD versus UDN”, depois “Arena versus MDB”, posteriormente “PPS versus PMDB” e, em anos recentes, assumiu um novo caráter regional: “A turma de Florianópolis versus a turma de Joinville”. <o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Nomes diferentes para a mesma situação.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">A alternância do poder entre estas duas facções gerou uma necessidade comum a ambas, estabelecer um equilíbrio razoável na máquina pública de tal maneira que os eventuais ocupantes do poder estadual e municipal fossem seguramente impedidos de fiscalizar as administrações de seus opositores.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">“Você não mostra o seu que eu não mostro o meu”.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Uma das estratégias que assegura este equilíbrio é o preenchimento dos cargos públicos com “manezinhos de boa estirpe” ou pessoas de outros municípios com “perfil ideológico adequado”.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Esta política por vezes gera fraudes em concursos para preenchimento de cargos públicos, faz parte do jogo, o equilíbrio precisa ser mantido.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Desta maneira, alguns órgãos da administração como a Justiça, Procuradoria Estadual e o Tribunal de Contas são rigorosamente divididos entre “situação” e “oposição”. É uma questão de sobrevivência política.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Este loteamento de cargos também atinge alguns órgãos da administração federal porém passa ao largo da hierarquia de órgãos como a Procuradoria Geral da República, Justiça Federal e Polícia Federal, sobre os quais a “República dos Manés” não conseguiu estender seus tentáculos.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Este insucesso em “domesticar” a máquina administrativa federal em Santa Catarina explica o sucesso da Operação Moeda Verde. </span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">A “Turma de Florianópolis” e a “Turma de Joinville” não foram convidadas a opinar, antes, durante ou depois da operação. Apenas cumpriram rituais auto-ridicularizantes como os chamados “desagravos”.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">A relação dos indiciados apresenta alguns nomes que são velhos conhecidos da submissa população da capital. Eles não costumam freqüentar os noticiários da imprensa escrita, falada ou televisionada mas são “figurinhas carimbadas” na”imprensa sussurrada”, a mais corrosiva e eficiente de todas.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Isto explica uma das mais extraordinárias abstenções legais vistas em Florianópolis até então: o total silêncio das autoridades estaduais em relação ao órgão mais corrupto da administração municipal de Florianópolis: a SUSP (Secretaria de Urbanismo e Serviços Públicos).</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Diversos ex-secretários e funcionários desta secretaria foram incluídos na relação dos indiciados pela Polícia Federal. </span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Todos os processos de liberação de alvarás, TODOS, passaram pela SUSP.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">O vereador acusado de “liderar uma quadrilha” agia como “proprietário” desta secretária, situação que foi divulgada pela imprensa local e jamais desmentida.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Pergunta-se: Porquê esta secretaria jamais foi investigada pela Procuradoria Geral do Estado de Santa Catarina ?</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Esta falta de atuação foi determinada por quem ? A “Turma de Florianópolis”, a “Turma de Joinville”, ou ambas ?</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">As empresas de um dos indiciados pela Polícia Federal foram, em determinado momento, objeto de mais de 500 processos simultâneos na Justiça Estadual, assunto que era abordado com ironia pelo círculo de amigos deste empresário.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Pergunta-se: Porque nunca foi apresentado ao público um cruzamento entre os dados da Procuradoria Geral do Estado de Santa Catarina, a Justiça Estadual e a relação de empresários e empresas indiciados pela Operação Moeda Verdade?</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Talvez a compreensão desta “falta de interesse” das autoridades estaduais possa ser explicada por esta nota publicada pelo jornal “A Notícia “:</span></b></p> <p class="MsoNormal" style=""><b><span style="font-family: Arial; color: gray;">Gavetão </span></b><span style="color: gray;"><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style=""><b><span style="font-family: Arial; color: gray;">A Notícia ; Raul Sartori ; 28/10/2007</span></b><span style="color: gray;"><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial; color: gray;">Paralelamente aos comentários sobre as descobertas de supostas irregularidades feitas pelas auditorias nas quatro fundações que atuam dentro da Universidade Federal de Santa Catarina, ouve-se cada vez mais a expressão “gavetão”, para qualificar a longa hibernação de grande parte dos processos apurados por comissões de sindicância. Funciona mais ou menos assim: a partir de denuncia, levantam-se os dados nos departamentos. As comissões designadas por pró-reitores conduzem os dados para seus dirigentes superiores. Ali tudo morre, vai para a gaveta, independentemente das recomendações das comissões, cujo trabalho acaba sendo inútil. Impera a impunidade.<o:p></o:p></span></b></p>alfredhttp://www.blogger.com/profile/03610122809736153353noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6025601664764626395.post-76619033010146850592009-01-05T15:50:00.003-08:002009-01-05T15:50:47.441-08:00<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-size: 11pt; font-family: Arial;">23/10/2007<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-size: 15.5pt; font-family: Arial; color: rgb(0, 0, 153);">Os ausentes</span></b><span style="font-size: 12pt;"><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">O que surpreende na lista completa dos indiciados da operação Moeda Verde não são as presenças, são as ausências.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">O que nunca foi devidamente esclarecido para a população de Florianópolis é que esta operação foi realizada por órgãos da administração federal que investigaram delitos relacionados à Legislação Federal. É uma questão de instância.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Os delitos da alçada estadual e municipal não foram abordados pois o maior ausente ao longo deste processo foi o Ministério Público Estadual.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Mais uma vez tornou-se evidente a existência de uma “Couraça Social”, um escudo que assegura a impunidade daqueles que praticam delitos referentes às legislações locais, em especial os políticos, empresários da construção civil e funcionários da Prefeitura Municipal de Florianópolis.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Eles, os ausentes, tem muito a agradecer ao Ministério Público Estadual.<o:p></o:p></span></b></p>alfredhttp://www.blogger.com/profile/03610122809736153353noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6025601664764626395.post-47033596079501645442009-01-05T15:50:00.001-08:002009-01-05T15:50:20.358-08:00<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-size: 11pt; font-family: Arial;">20/10/2007</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-size: 15.5pt; font-family: Arial; color: rgb(0, 0, 153);">INSUPORTABILIDADE </span></b><span style="font-size: 12pt;"><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Recentemente, numa fila de check-in no balcão da GOL no aeroporto de Guarulhos ouvi um diálogo interessante.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Os funcionários da companhia aparentemente estavam envolvidos em uma “operação tartaruga”, cada novo passageiro que chegava ao balcão era atendido com uma morosidade que irritava àqueles que estavam aguardando.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">À minha frente uma senhora com aparência cansada, seguramente com mais de setenta anos, comentou com a pessoa que estava a sua frente:<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">“Esta fila que não anda me dá uma saudade enorme da VARIG, no tempo em que ela era a principal companhia aérea do país as coisas funcionavam de maneira diferente”.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Resposta do passageiro à frente:<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">“Minha senhora, naquele tempo vivíamos num país diferente”. E mais não foi dito.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Nos últimos anos tenho escutado com freqüência comentários semelhantes aplicados a outros contextos:<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">“No Brasil as estradas eram ótimas, viajava-se de Porto Alegre a Salvador trafegando sobre asfalto em perfeito estado”.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">“Quando alguém ficava doente era levado a um hospital público, o atendimento era bom e a população confiava na saúde pública”.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">“Ao final da tarde costumávamos colocar cadeiras na calçada e conversar com nossos vizinhos, ninguém cogitava a hipótese de ocorrer qualquer ato de violência”.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">“Os projetos de construção eram aprovados em trinta, no máximo sessenta dias. Ninguém cogitava a hipótese de pagar propinas aos funcionários da prefeitura para acelerar a tramitação ou assegurar qualquer vantagem”.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">E por aí vai. A lista de comentários com teor semelhante é enorme.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Florianópolis não foge a esta regra, tal como outras grandes e médias cidades brasileiras possui um grupo considerável de habitantes que lembram (com saudade) do tempo em que ela era tranqüila e agradável.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Não faço parte deste grupo, conheci o melhor da cidade na época em que pensávamos que ela pouco iria mudar suas características; entendo as modificações ocorridas, faço parte do processo.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">No entanto, há poucos dias me surpreendi ao lembrar uma matéria escrita no início dos anos 90 pela jornalista Monique Vandresen, no Caderno “B” do jornal “O Estado”. Em meio ao texto delicioso havia uma frase : “Afinal quem não tem sonhos de consumo ? Até eu, gostaria muito de possuir uma BMW branca ...... “.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Naquela época, quando a realidade da Ilha de Santa Catarina ainda correspondia aos slogans de publicidade dos órgãos de turismo, a imagem provocada por aquela frase levava a pensar naquele carro, com as janelas abertas, motor possante, correndo rumo às praias do norte sobre o asfalto de boa qualidade da SC-401.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">O cenário mudou. A rodovia, que naquela época induzia a pensar em um passeio agradável, hoje está sobrecarregada com o volume de veículos que nelas trafegam, geralmente executando manobras para desviar de buracos e outras imperfeições.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">O sistema viário de Florianópolis está no limite de sua capacidade.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Com a estabilização da economia e a restauração das linhas de crédito o volume de vendas de automóveis atravessou a fronteira do crescimento aritmético e passou para o campo do crescimento geométrico.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Tradução: numa cidade em que eram emplacados 1.000 veículos a cada mês, passamos a emplacar mais de 2.000 ao mês, cerca de 24.000 veículos a mais circulando nas ruas da cidade a cada ano.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Neste meio tempo, de 1997 a 2007 não foram implantados mais de 500 metros quadrados de novas ruas e/ou avenidas. O resultado é que a frota cresce e o sistema viário permanece o mesmo, os engarrafamentos passaram a fazer parte do cotidiano da “Ilha da Magia”.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">A corrupção dos órgãos públicos encarregados pela fiscalização de obras permitiu que fossem executados prédios, além de estabelecimentos comerciais e de serviços, que suprimiram vagas de estacionamento e garagem.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">A implantação de caminhos alternativos para as vias congestionadas foram inviabilizados por construções sobre as áreas destinadas ao prolongamento de ruas e avenidas. Órgãos públicos tomam posse e privatizam ruas sem qualquer reação por parte da população da cidade.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">BMW branca ? Em Florianópolis ?Apenas um sonho de consumo do início dos anos 90.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Parafraseando aquele passageiro em Guarulhos : “Naquele tempo vivíamos em outra cidade”.<o:p></o:p></span></b></p>alfredhttp://www.blogger.com/profile/03610122809736153353noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6025601664764626395.post-51105225052127371902009-01-05T15:49:00.001-08:002009-01-05T15:49:34.747-08:00<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-size: 11pt; font-family: Arial;">18/10/2007<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><a name="3704354304347534431"></a><a name="3385825236455114932"></a><b><span style="font-size: 14.5pt; font-family: Arial; color: rgb(0, 0, 153);">SUPORTABILIDADE</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Cidades não se tornam inviáveis ou insustentáveis, dois termos em voga, elas se tornam insuportáveis.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Em 1945 após a explosão da primeira bomba atômica da história da humanidade a cidade de Hiroxima no Japão tornou-se, aos olhos da opinião pública mundial, insustentável. Hoje ela é um importante centro urbano do país, os vestígios dos acontecimentos do final da segunda guerra mundial resumem-se a poucos locais, transformados em monumentos.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">No início da década de setenta do século XX o rio Tâmisa foi considerado 100% poluído e a cidade de Londres insustentável. Os arautos da desgraça anunciaram o início do fim da capital da Inglaterra. Hoje o rio Tamisa está despoluído, foi guarnecido com um moderno sistema de comportas contra enchentes, e a cidade de Londres é um dos mais vibrantes centros culturais e econômicos da Europa neste início de século XXI.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Em 2003, após a destruição das torres do World Trade Center por terrorista, New York foi declarada insustentável. Os especialistas previam a debandada das grandes empresas ali sediadas e o fim do período em que a cidade foi considerada “a capital do mundo”. Hoje, passados quatro anos daqueles eventos, New York assiste à reconstrução de um novo WTC e atravessa um ciclo de prosperidade.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Em 2005, após a passagem do furacão Katrina, a cidade de New Orleans foi considerada insustentável, os danos provocados na cidade foram considerados irrecuperáveis, os especialistas previram o fim da “capital do Jazz”. Hoje, passados dois anos, a cidade encontra-se em pleno processo de recuperação. É previsto que dentro de 5 anos ela estará completamente recuperada e renovada.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Nos anos 70, em pleno período do chamado “milagre brasileiro”, o Rio de Janeiro era considerado, justificadamente, uma “cidade maravilhosa”, cantada em prosa e verso. Naqueles dias supunha-se que o ambiente encantador da cidade somente poderia melhorar nos próximos anos graças ao crescimento previsto para a economia brasileira.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Hoje, passados trinta anos, o Rio de Janeiro é uma “cidade tenebrosa”, palco de uma guerra civil entre o crime organizado e as forças representativas da cidade. Os bandidos estão levando a melhor. Todos os indicadores apontam para o fato que a cidade está em vias de tornar-se insustentável.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Também nos anos 70 a cidade de São Paulo era o destino de milhares de migrantes que ali buscavam as oportunidades que não existiam em outros locais do país. Naqueles dias previa-se que a cidade tornar-se-ia, dentro de poucos anos, a “New York brasileira”.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Hoje São Paulo tornou-se um pólo exportador de pessoas, milhares migram para outros locais a cada ano. O crescimento desordenado, o sistema viário caótico, a poluição e a violência urbana transformaram a capital paulista num tormento para seus moradores. Os especialistas prevêem que, a curto prazo, a cidade se tornará insustentável.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Como podemos constatar os especialistas não apresentam um bom histórico quando se trata de comentar ou prever a sustentabilidade das cidades.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">O verdadeiro termômetro, aquele que afere o grau de satisfação das pessoas por morarem em uma cidade, é a tênue diferença entre apreciar ou suportar um determinado centro urbano.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Os moradores de Hiroxima, Londres, New York e New Orleans apreciam o que suas cidades tem a oferecer. Os cariocas e paulistas suportam as cidades em que vivem, aproveitam qualquer oportunidade que lhes é dada para afastar-se, mesmo que temporariamente.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Florianópolis encontra-se hoje no limite entre o prazeroso e suportável.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Uma seqüência de administrações que investiram mais nos aspectos cosméticos que nos práticos, fechando os olhos para o corrompimento de diversos órgãos do município, permitiu a ocupação desordenada do solo por parte das construções “informais”, e a deformação do solo pelas construções “formais”.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">A supressão ilegal de vagas de garagem e áreas de estacionamentos contribuiu significativamente para o “entulhamento” viário das ruas do município.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">A administração estadual, muitas vezes alinhada ideologicamente com a municipal, contribuiu para o agravamento do problema urbano ao omitir-se na fiscalização que deveria exercer.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Diversos órgãos da administração federal, com cargos majoritariamente ocupados por cidadãos locais, foram igualmente omissos, por vezes coniventes.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">A soma destes fatores desembocou na operação denominada “Moeda Verde”.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Uma vez formalizadas as denúncias cabe à população manifestar-se e exigir das autoridades o máximo de rigor em relação aos eventuais culpados.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Os resultados dos processos decorrentes destes procedimentos contribuirão considerávelmente para a definição do futuro da cidade. Eles indicarão o rumo do futuro : uma cidade prazerosa ou apenas mais um centro urbano suportável.<o:p></o:p></span></b></p>alfredhttp://www.blogger.com/profile/03610122809736153353noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6025601664764626395.post-88920601774473314702009-01-05T15:48:00.001-08:002009-01-05T15:48:49.136-08:00<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-size: 11pt; font-family: Arial;">17/10/2007<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><a name="7049078203040829647"></a><b><span style="font-size: 15.5pt; font-family: Arial; color: rgb(0, 0, 153);">NON FUIT</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Uma tradição das cidades brasileiras, herança dos símbolos heráldicos do período medieval, é a criação de Brasões de Armas. Toda cidadezinha, cidadezona ou cidadezoca que se preza tem o seu, Florianópolis não foge a regra.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Algumas cidades como o Rio de Janeiro, por exemplo, não apresentam qualquer texto (aliás divisa ou máxima) além do desenho com os supostos símbolos associados às características do município.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Em São Paulo não houve economia de erudição, o brasão de armas ostenta orgulhosamente a máxima : “NON DUCOR DUCO”.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">O pujante município de Juqueirópolis, SP, também não economizou o latim: “LABOR ET DIVITAE”.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">O brasão de armas de Araraquara, SP, soa igualmente imponente:”ALTIO ALTISSIMO SEMPER”.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Vou poupá-los das traduções.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Na capital do Rio Grande do Sul, além dos símbolos característicos foi incluída a imodesta divisa: ”LEAL E VALEROSA CIDADE DE PORTO ALEGRE”. Não é nenhum latim mas que auto-estima, não é mesmo ?<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">O brasão de armas de Curitiba, tal como o de Florianópolis, apresenta apenas o nome da cidade e as datas históricas significativas.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Que os curitibanos permaneçam com seu texto singelo, no entanto, como habitante de Florianópolis recuso-me a ficar em desvantagem em relação aos municípios de São Paulo, Araraquara e Juqueirópolis.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">É hora de incluir em nosso brasão de armas uma divisa. Queremos a nossa máxima. Em latim, nada mais nada menos !<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Este assunto da maior importância vem me roubando horas de precioso sono. PRECISAMOS UMA MÁXIMA !!!<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Ontem, finalmente, após meses e meses de reflexão, concluí que a melhor divisa a incluir no brasão de armas de Florianópolis é : “NON FUIT”. Significa: não fui eu.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Em reportagem publicada pelo jornal “A notícia” acerca do indiciamento de 22 pessoas, em um quadro anexo encontram-se as declarações de alguns dos indiciados (aqueles poucos que se manifestaram) : “É um absurdo” , “É um engano” ou ainda (a melhor de todas): “Sou inocente”.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Em suma : NON FUIT.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">É uma cidade fabulosa.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Ninguém viu o maciço do Morro da Cruz ser invadido por casebres ao longo de várias décadas.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Ninguém viu a grilagem furiosa que devastou as praias da ilha e, em algumas delas, avançou mar adentro.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Ninguém viu mudanças pontuais de zoneamento serem aprovadas pela Câmara de Vereadores.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Ninguém viu fiscais da SUSP concedendo habite-se a obras escancaradamente ilegais.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Ninguém viu bairros serem implantados sobre aterros feitos sobre mangues.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Ninguém viu a tresloucada ocupação da orla da Lagoa da Conceição.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">“Eu não vi nada”. “Eu não sei de nada”. “Não fui eu”.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">NON FUIT.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Alguma idéia melhor ?<o:p></o:p></span></b></p>alfredhttp://www.blogger.com/profile/03610122809736153353noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6025601664764626395.post-79550964499841568132009-01-05T15:47:00.002-08:002009-01-05T15:48:12.435-08:00<p class="MsoNormal"><b><span style="font-size: 11pt; font-family: Arial;">16/10/2007<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal"><b><span style="font-size: 14pt; font-family: Arial; color: blue;">Está no ar<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><a name="6119887029679123710"></a><a name="2740072527422660278"></a><b><span style="font-family: Arial;">A decepção está no ar em Florianópolis; em 16 de outubro de 2007 ela é mais perceptível que a umidade da chuva que não para. <o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Nas rodas de conversa, nos terminais de ônibus, nas filas dos bancos e nos andaimes das obras o assunto é a decepção generalizada com o resultado das investigações da Operação Moeda Verde.<br />O jornal “A Notícia” apresenta a explicação técnica para o assunto :</span></b></p> <p style="text-align: justify;"><b><span style="font-size: 10pt; font-family: Arial; color: gray;">O inquérito da Operação Moeda Verde corre em sigilo judicial para preservar informações da investigação e os direitos das pessoas, como as escutas telefônicas, documentos e informações bancárias dos suspeitos.<o:p></o:p></span></b></p> <p style="text-align: justify;"><b><span style="font-size: 10pt; font-family: Arial; color: gray;">Essa condição vincula todos os participantes processuais, no caso, os servidores públicos (Polícia Federal, Justiça Federal e Ministério Público Federal), além de advogados interessados nos autos.<br />Esses servidores, de acordo com o Código de Processo Penal, estão sujeitos a penalidades legais se violarem o sigilo judicial.</span></b><span style="font-size: 10pt; color: gray;"><o:p></o:p></span></p> <p style="text-align: justify;"><b><span style="font-size: 10pt; font-family: Arial;">Pouco importa para a população o aspecto técnico-jurídico do assunto, o direito à privacidade assegurado aos indiciados; no país da impunidade e da desinformação a percepção é que “os culpados” mais uma vez “tiraram o seu da reta”. <o:p></o:p></span></b></p> <p style="text-align: justify;"><b><span style="font-size: 10pt; font-family: Arial;">Em Florianópolis esta percepção é reforçada por inúmeros casos de crimes contra o patrimônio público, tráfico de influência, corrupção e mesmo registros de assassinatos cujos autores podem ser encontrados nos shoppings, supermercados, festas de escola e (porque não?) nos novos bordéis da avenida Mauro Ramos.<o:p></o:p></span></b></p> <p style="text-align: justify;"><b><span style="font-size: 10pt; font-family: Arial;">Pessoas cujos rostos apareceram associados a manchetes escandalosas na imprensa local estão “livres, leves e soltas” graças à “couraça social” que protege os membros da sociedade local, a morosidade do sistema judiciário e por uma destas leis não escritas que por vezes são mais poderosas que o Código Civil Brasileiro: crime do colarinho branco não dá cadeia.<o:p></o:p></span></b></p> <p style="text-align: justify;"><b><span style="font-size: 10pt; font-family: Arial;">A lista dos implicados nas investigações é de conhecimento público, nela encontram-se os nomes de grandes empresários e obscuros burocratas. A morosidade dos procedimentos legais é a garantia do prolongamento da impunidade para os culpados e um castigo adicional para os inocentes.<o:p></o:p></span></b></p> <p style="text-align: justify;"><b><span style="font-size: 10pt; font-family: Arial;">Até a ocasião em que o Ministério público iniciar os processos contra aqueles supostamente culpados, após o cumprimento dos ritos oficiais, alguns eventuais inocentes verão seus nomes comentados em rodas de conversa, respingados pela mesma lama reservada àqueles efetivamente corruptos.<o:p></o:p></span></b></p> <p style="text-align: justify;"><b><span style="font-size: 10pt; font-family: Arial;">Neste meio tempo, a cidade continuará sendo desfigurada pela ação de corruptos e corruptores, e nas rodas de conversa, nos terminais de ônibus, nas filas dos bancos e nos andaimes das obras a decepção permanecerá no ar.<o:p></o:p></span></b></p>alfredhttp://www.blogger.com/profile/03610122809736153353noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6025601664764626395.post-82944445794335423122009-01-05T15:47:00.001-08:002009-01-05T15:47:29.111-08:00<p class="MsoNormal"><b><span style="font-size: 11pt; font-family: Arial;">15/10/2007<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal"><b><span style="font-size: 14pt; font-family: Arial; color: blue;">Santiago versus Florianópolis<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><o:p></o:p><a name="7786962533014280351"></a><b><span style="font-family: Arial;">Sábado, 6 de outubro de 2007, três horas da tarde.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Em Santiago, na estação Santa Lucía do metrô, as telas de televisão repassavam as manchetes da semana, uma informava : “Prefeito de Las Condes é acusado de favorecer a indústria imobiliária”.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Pensei : "Essa não ! Até aqui, num país considerado um dos raros exemplos de economia equilibrada na América Latina, com altos índices de crescimento e pouca corrupção, é perceptível a ação antiética da Industria da Construção Civil ”.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Fatos assim são considerados corriqueiros em cidades como Florianópolis onde é de conhecimento público a corrupção de setores da administração municipal e a desestruturação da política de ocupação do solo, uma conseqüência da ação de construtores, políticos e burocratas corruptos.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">O mau hábito de conviver constantemente com manchetes de jornais e operações policiais faz com que nos tornemos céticos, desenvolve o mau hábito de acreditar, sem conferir a veracidade das informações, quando os meios de comunicação acusam um político de corrupção.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">O nosso destino naquela tarde era Las Condes, um bairro que na verdade é um município independente da Grande Santiago, integrado com a capital de tal forma que configura uma única e extensa área urbana com cerca de seis milhões de habitantes.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Aquela manchete nos levou a pensar que encontraríamos o tipo de caos urbano característico das grandes e médias cidades brasileiras. Que nada.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">O metrô ainda não chega a Las Condes. Na última estação da linha 1 é preciso apanhar um ônibus ou táxi e seguir mais alguns quilômetros.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Ao chegar lá imediatamente verificamos que aquela informação transmitida na estação do metrô deveria, no mínimo, ser melhor investigada.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Ao contrario de pessoas que não atuam na construção civil, aquele bairro, visto pelos olhos de um casal de arquitetos, desmentia as afirmações da mídia. Ruas e avenidas largas em ótimo estado de conservação, intensamente arborizadas, com calçadas amplas são um exemplo de boa urbanização.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Os prédios, cercados por jardins possuem grandes afastamentos, assim as casas, apartamentos, escritórios e áreas comerciais são bem insoladas e ventiladas; em suma, se houve tráfico de influência naquele lugar ele não deixou vestígio.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Em Florianópolis ocorre o contrario. A corrupção, o tráfico de influência e a manipulação política do Plano Diretor são evidentes na cidade.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Calçadas estreitas e irregulares, ruas e avenidas mal conservadas, pouca arborização, prédios com afastamentos mínimos e densidade excessiva de construção atestam os desmandos atribuídos aos administradores públicos.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Quando são trazidas ao conhecimento da população irregularidades envolvendo desvios de verbas ou apropriação indébita do patrimônio público muitas vezes é difícil provar os fatos devido ao mascaramento das provas, o mesmo não ocorre com a parte física das cidades.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">As características que evidenciam a corrupção dos agentes que deveriam disciplinar o uso do solo é evidente na paisagem urbana.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Prédios e casas com andares em excesso, falta de vagas de garagem, taxas de ocupação e índice de aproveitamento acima do permitido, contam a historia de um processo de corrompimento.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">A paisagem de Las Condes induz a absolver o prefeito local das acusações que lhe foram feitas, a de Florianópolis aponta um dedo acusador para os prefeitos, tanto o atual quanto os anteriores. </span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">A cidade conta a história de décadas de corrupção e tráfico de influência.<o:p></o:p></span></b></p>alfredhttp://www.blogger.com/profile/03610122809736153353noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6025601664764626395.post-60402621011837670572009-01-05T15:46:00.001-08:002009-01-05T15:46:44.604-08:00<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-size: 11pt; font-family: Arial;">11/6/2007</span></b><span style="font-size: 11pt;"><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-size: 15.5pt; font-family: Arial; color: rgb(0, 0, 153);">Consultorias </span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Os efeitos da liberação dos técnicos do município em relação ao regime de dedicação exclusiva não foram sentidos imediatamente, ainda havia um fator a restringir o efeito inevitável desta medida : o horário de trabalho na prefeitura sobrepunha-se ao da iniciativa privada.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Devido a isto os funcionários públicos não tinham total liberdade de ação, foi necessária outra alteração no funcionamento da administração municipal.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Implantou-se o turno único de trabalho. </span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Enquanto na iniciativa privada trabalhava-se em dois turnos de 4 horas na prefeitura vigorava o chamado horário de verão, das 13 às 19 horas.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">As conseqüências estão registradas na historia recente da cidade.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style=""><b><span style="font-family: Arial;">O trecho abaixo foi transcrito do livro <span style="color: gray;">“<i>Pêssego Gay / Architectusaurus Erectus</i>”</span> (Editora Insular/2002):</span></b><br /> <!--[if !supportLineBreakNewLine]--><br /> <!--[endif]--></p> <p class="MsoNormal" style=""><b><i><span style="font-family: Arial; color: gray;">Os policiais costumam afirmar que para ocorrer um crime você tem de ter os meios e a oportunidade. Este conjunto de condições foi criado. A liberação da dedicação exclusiva, associada às manhãs livres, deu possibilidade aos técnicos da SUSP de montarem uma máquina de venda de favorecimentos que passaram a ser conhecidos como “serviços de consultoria”.</span></i></b><i><span style="color: gray;"><o:p></o:p></span></i></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><i><span style="font-family: Arial; color: gray;">A partir de então, processos de aprovação foram divididos em duas classes: os que contratavam as “consultorias” tinham trâmite rápido garantido; aqueles que optavam pelo encaminhamento normal passaram a ver seus processos permanecerem por meses nos escaninhos da secretaria, sob alegação de que alguma norma municipal não estava sendo atendida pelos autores dos projetos.</span></i></b><i><span style="color: gray;"><o:p></o:p></span></i></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><i><span style="font-family: Arial; color: gray;">A situação complicou de tal maneira para os arquitetos que a presidente do IAB (Instituto de Arquitetos do Brasil) de Florianópolis convocou vários profissionais para discutir o assunto com dois arquitetos que analisavam projetos na SUSP. Foi uma reunião tensa. Ambos argumentaram que a remuneração paga pela prefeitura era tão baixa que, sem as “consultorias”, os técnicos passariam por dificuldades. E concluíram: “Esta situação deixará de existir quando nossos salários voltarem a patamares normais.” A perspectiva de que isto viesse a ocorrer era remota.</span></i></b><i><span style="color: gray;"><o:p></o:p></span></i></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><i><span style="font-family: Arial; color: gray;">Comentei o assunto com um engenheiro que trabalhava na SUSP, e ele resumiu a questão: “Pode ser anti-ético, mas deixou de ser ilegal”.</span></i></b><i><span style="color: gray;"><o:p></o:p></span></i></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><i><span style="font-family: Arial; color: gray;">Naquele momento, caso o IAB tivesse tomado uma atitude, convocando outras entidades de classe, alertando a mídia, poderia ter cortado pela raiz uma situação que iria afetar as atividades de boa parte da construção civil na cidade, mas isto não aconteceu; faltou coragem. Com a inexistência de reação por parte dos atingidos teve início o processo de enfraquecimento dos principais escritórios de arquitetura e engenharia da cidade.<o:p></o:p></span></i></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-size: 15.5pt; font-family: Arial; color: rgb(0, 0, 153);">Consultorias (2) </span></b><b><span style="font-size: 12pt; font-family: Arial;"><o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">O que vem a ser as <i>consultorias</i> prestadas por técnicos da municipalidade ? Numa comparação rudimentar correspondem a <i>furar a fila</i>. Elas são a opção adotada por pessoas ou empresas com processos em compasso de espera na morosa fila de análise da SUSP.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Eventualmente eles necessitam a agilização dos trâmites, então contratam os serviços do técnico em cuja gaveta repousa o processo que não anda. Este faz uma análise idêntica àquela que seria realizada sob condições normais na SUSP e, próximo passo, <i>faz o processo andar</i>.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">A vantagem da contratação das <i>consultorias</i> consiste na redução significativa dos prazos de tramitação dos processos, assegurando um <i>atalho</i> aos clientes deste tipo de serviço.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">A todos aqueles que por motivos éticos ou incapacidade de arcar com os custos é assegurada a agonia na longa fila de espera da burocracia emperrada.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Uma auditoria no serviço de protocolo da prefeitura, comparando as diferenças entre os prazos de tramitação entre projetos com características semelhantes, traria ao conhecimento do público a dimensão da <i>indústria das consultorias</i>.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Graças à solução fácil encontrada pelo prefeito do município para resolver os problemas da folha de pagamento dos técnicos da SUSP criou-se uma situação em que tais coisas “podem ser antiéticas mas deixaram de ser ilegais”.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Que motivo impede o Ministério Público estadual de realizar uma auditoria ?<o:p></o:p></span></b></p>alfredhttp://www.blogger.com/profile/03610122809736153353noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6025601664764626395.post-25466735230379152452009-01-05T15:45:00.000-08:002009-01-05T15:46:09.235-08:00<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-size: 11pt; font-family: Arial;">10/6/2007</span></b><span style=""><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><a name="8655180570198611547"></a><b><span style="font-size: 15.5pt; font-family: Arial; color: rgb(0, 0, 153);">O engenheiro da prefeitura </span></b><b><span style="font-family: Arial;"><br /><br />Nas pequenas cidades dentre as figuras mais conhecidas encontram-se o padre, o médico, o juiz, o prefeito e o engenheiro da prefeitura. Este último vem a ser o responsável pela maior parte das construções no município e, simultaneamente, é quem aprova projetos, licencia obras e concede o habite-se.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Esta situação ambígua na qual um profissional projeta e aprova os próprios trabalhos é considerada normal pelos habitantes das pequenas cidades que não percebem qualquer conflito moral neste assunto.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Devido ao reduzido número de profissionais dispostos a trabalhar no interior é comum a mesma pessoa exercer dois ou mais papéis por falta de outros interessados em assumi-los.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">A atração exercida pelas grandes e médias cidades contribuiu para consolidar esta estranha realidade na qual o mesmo profissional exerce o papel de juiz e réu.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Em contrapartida, nos centros maiores sobram profissionais, faltam postos de trabalho e a remuneração no serviço público está abaixo da expectativa. As greves freqüentes confirmam esta situação.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">A segmentação é uma das características destes centros, neles os profissionais pertencem à iniciativa privada ou ao serviço público e o papel de cada um é nitidamente percebido pela sociedade.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">A criação da SUSP e do IPUF na segunda metade da década de 70 veio disciplinar as atividades da construção civil que naquele período registrou o aumento do volume de obras e a criação de diversas construtoras.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">A lisura do trabalho dos técnicos da SUSP na aplicação dos dispositivos definidos no Plano Diretor e no Código de Obras não sofreu qualquer questionamento até o início da década de 80 quando as contravenções na praia da Joaquina vieram a público através da imprensa.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Após este episódio isolado passou-se uma década sem qualquer registro de irregularidades divulgadas pelos meios de comunicação. </span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Ocasionalmente eram citadas as ocupações ilegais de áreas públicas cuja responsabilidade era atribuída à interferência de vereadores e religiosos.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">A construção civil em Florianópolis é um universo de dimensões reduzidas. Ocasionalmente a mídia sussurada informava que algumas construtoras haviam desenvolvido o hábito de presentear membros da SUSP com eletro-eletrônicos mas, parafraseando o ex-Presidente Fernando Henrique Cardoso, este gesto era considerado irrelevante, “uma corrupçãozinha à toa”.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">O primeiro sinal de que algo estava por mudar em relação à aplicação dos dispositivos legais ocorreu em 89 quando o então prefeito, valendo-se de um simulacro de legalidade, promoveu a liberação de uma série de obras que não atendiam a legislação em vigor.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Devido às ironias da política a lisura dos procedimentos da SUSP foi definitivamente comprometida na administração 1993-1996 quando por opção dos eleitores a administração municipal foi entregue à extrema esquerda.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Neste período ocorreu uma seqüência de greves dos funcionários da SUSP e do IPUF reivindicando melhorias nos salários e nas condições de trabalho.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">O prefeito, por não dispor de recursos para atender as reivindicações salariais, buscou uma solução fácil e, por meio de um decreto, liberou os técnicos do regime de dedicação exclusiva.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Como o município não poderia oferecer melhores salários eles poderiam manter seus cargos no serviço público e, simultaneamente, buscar a complementação de sua renda prestando serviços à iniciativa privada.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Esta medida determinou o início do processo de corrompimento do serviço público municipal. A partir daquele momento os funcionários da SUSP e do IPUF poderiam exercer ao mesmo tempo o papel de juiz e advogado, opção vedada aos verdadeiros juízes por meio de dispositivo constitucional. </span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><a name="art95"></a><b><span style="font-size: 8pt; font-family: Arial;">"Art. 95. (...)</span></b><a name="art95p"></a><span style="font-size: 8pt;"><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-size: 8pt; font-family: Arial;">Parágrafo único. Aos juízes é vedado:</span></b><span style="font-size: 8pt;"><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><a name="art95pi"></a><b><span style="font-size: 8pt; font-family: Arial;">I - exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou função, salvo uma de magistério;</span></b><span style="font-size: 8pt;"><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-size: 8pt; font-family: Arial;">(...)</span></b><span style="font-size: 8pt;"><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><a name="art95pii"></a><b><span style="font-size: 8pt; font-family: Arial;">V - exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou, antes de decorridos três anos do afastamento do cargo por aposentadoria ou exoneração. </span></b><span style="font-size: 8pt;"><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">A operação Moeda Verde veio trazer à público algumas das conseqüências deste equívoco administrativo e ético.<o:p></o:p></span></b></p>alfredhttp://www.blogger.com/profile/03610122809736153353noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6025601664764626395.post-82532772834759577692009-01-05T15:44:00.000-08:002009-01-05T15:45:16.706-08:00<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-size: 11pt; font-family: Arial;">5/6/2007</span></b><span style="font-size: 11pt;"><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><a name="4758324670176505874"></a><b><span style="font-size: 15.5pt; font-family: Arial; color: rgb(0, 0, 153);">Se oriente rapaz .....<span style=""> </span></span></b><b><span style="font-family: Arial;"><br /> <!--[if !supportLineBreakNewLine]--><br /><!--[endif]--></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Uma pesquisa demonstrou que 70% dos usuários de terminais bancários não entendem o que vem discriminado nos extratos fornecidos. Este fato permite compreender porque os bancos, juntamente com as companhias telefônicas, encontram-se no topo da lista de reclamações apresentadas ao PROCON.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Graças as informações veiculadas pela mídia o público tem conhecimento da rentabilidade dos bancos e dos percentuais que as chamadas “taxas de serviços” representam no lucro destes estabelecimentos, há uma natural desconfiança da população em relação às atividades bancárias. </span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Assim é possível estabelecer uma relação de causa e efeito. </span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">O cidadão cujo saldo é inferior àquele esperado dirige-se ao PROCON para buscar ressarcimento de supostos exageros embutidos em siglas desconhecidas que aparecem no seu extrato.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Curiosamente nunca ocorre ao mesmo cidadão, que sai em busca de justiça contra um banco, acionar a administração pública quando supostamente esta também o prejudica.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Neste caso a relação de causa e efeito aparentemente não funciona.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Porque?</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Em ambos os casos o cidadão não compreende bem o significado de certas informações. No caso dos extratos são siglas incompreensíveis que resultam em débitos. No caso da administração municipal são Planos Diretores e Códigos de Obras redigidos em linguagem inacessível ao cidadão comum. </span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">O munícipe que sofre ao longo de meses na mão da burocracia para aprovar o simples projeto de uma residência não cogita a hipótese de processar o município que por razões incompreensíveis aprova, em questão de dias ou semanas, projetos imobiliários com milhares de metros quadrados de área a ser construída.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Será apatia, medo ou apenas falta de informações adequadas?</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Aparentemente o cidadão comum julga que o município é inatingivel. </span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Assim como ele não questiona a diferença gritante entre o longo prazo de tramitação do seu processo e a “via rápida” dos trâmites de interesse da indústria imobiliária ele também não questiona como, de uma hora para outra, ocorre um “surto” de casas de 3 pavimentos num bairro onde o gabarito máximo é dois.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Da janela do ônibus ele mal percebe que numa paisagem onde predominam prédios de 12 andares subitamente surgem algumas obras com 15, 18 ou mais pavimentos.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Apatia? Ignorância? Submissão? Difícil explicar.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Quando questionadas a maioria das pessoas sintetiza o problema esfregando resignadamente o polegar e o indicador</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">O mesmo não pode ser dito em relação a um grupo pequeno porém representativo de moradores da cidade. </span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">São arquitetos, engenheiros, estudantes universitários, técnicos e pessoas vinculadas às atividades da construção civil.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Também estes trafegam pelas mesmas ruas pelas quais passa o cidadão comum e igualmente ignoram (ou fingem ignorar) as contravenções evidentes inseridas na paisagem.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Cumplicidade, vergonha ou apatia?</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">A principal característica das contravenções do uso do solo é que, ao contrário dos desfalques, desvios de verbas públicas, superfaturamento de obras e outras atividades ilícitas escondidas em calhamaços de papel e relatórios que ninguém lê, no caso de obras ilegais as provas passam a fazer parte da paisagem, sua principal característica é o tamanho : elas são </span></b><b><span style="font-size: 15.5pt; font-family: Arial;">grandes</span></b><b><span style="font-family: Arial;"> ou </span></b><b><span style="font-size: 21.5pt; font-family: Arial;">enormes</span></b><b><span style="font-family: Arial;">.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Por maiores que sejam as evidências ainda assim, exceto nos casos levantados pela operação Moeda Verde, “ninguém sabe nada” e “ninguém viu nada de errado”.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Ironias à parte, todas as contravenções do uso do solo possuem apenas um ponto em comum: a SUSP.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Todo e qualquer projeto é aprovado, licenciado e, posteriormente recebe o habite-se da SUSP.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Cabe então perguntar : </span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Onde estão as autoridades responsáveis ? </span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Porque não foi feita uma investigação nesta secretaria ?</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Onde estão as ONG´s que não buscam respostas para esta questão ?</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Estará a nossa indignação restrita aos poucos reais que perdemos para meia dúzia de banqueiros espertos ?<o:p></o:p></span></b></p>alfredhttp://www.blogger.com/profile/03610122809736153353noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6025601664764626395.post-70090574067046868622009-01-05T15:43:00.000-08:002009-01-05T15:44:10.418-08:00<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-size: 11pt; font-family: Arial;">3/6/2007</span></b><span style="font-size: 11pt;"><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-size: 14pt; font-family: Arial; color: rgb(0, 0, 153);">Os pingos nos is </span></b><span style="font-size: 14pt;"><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Apesar de algumas informações trazidas a público com a divulgação parcial dos elementos coletados pela operação Moeda Verde, ainda não foram determinadas as responsabilidades de órgãos específicos da administração municipal em relação às liberações de licenças para construções que supostamente apresentam irregularidades.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Também não foram especificados os vereadores responsáveis pelas alterações pontuais de zoneamento que forneceram embasamento legal a diversos empreendimentos em Florianópolis, exceto aqueles cujos nomes foram incluídos na lista das pessoas que foram, ou deveriam ser, encarceradas pela Polícia Federal.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">A cada dia torna-se mais evidente a omissão das autoridades estaduais e municipais no sentido de deflagrar uma investigação que determine as responsabilidades daqueles que burlaram as leis de uso do solo ao longo de muitos anos e governos de partidos das mais diferentes e antagônicas orientações políticas.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Florianópolis assiste a um dos raros momentos em que o silêncio, tanto da esquerda quanto da direita, atende a um interesse comum: evitar a divulgação de informações que esclareçam a opinião pública acerca da corrupção evidente em alguns órgãos da administração municipal e estadual.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">A exposição de fatos que venham a identificar de corruptos e corruptores, além daqueles apontados pela operação Moeda Verde, não interessa a nenhum dos lados.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">No entanto, por mais que tal fato desagrade às autoridades, um segmento que poderia ser chamado de mídia alternativa, a informação sussurrada, aquela que tem a maior penetração na sociedade, incluindo exageros e eventuais deturpações dos fatos, já identificou os órgãos que deveriam ser protagonistas e alvos de uma investigação apurada.<br /> <!--[if !supportLineBreakNewLine]--><br /> <!--[endif]--></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-size: 14pt; font-family: Arial; color: rgb(0, 0, 153);">QUEM DEVERIA SER INVESTIGADO </span></b><b><span style="font-size: 14pt; font-family: Arial;">: <br /> <!--[if !supportLineBreakNewLine]--><br /> <!--[endif]--></span></b><span style="font-size: 14pt;"><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial; color: rgb(204, 0, 0);">CÂMARA DE VEREADORES DE FLORIANÓPOLIS.</span></b><b><span style="font-family: Arial;"><br /> <!--[if !supportLineBreakNewLine]--><br /> <!--[endif]--></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">O atual Plano Diretor de Florianópolis foi promulgado em 1997. De lá para cá, ao longo de 3 legislaturas, mais de 400 alterações pontuais de zoneamento mutilaram o texto original.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Estas alterações, em sua maioria, beneficiaram empresas e pessoas físicas vinculadas às atividades da construção civil.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Por ocasião da publicação de cada uma das referidas alterações é resguardado, devido ao sigilo do voto, o nome dos vereadores que aprovaram aquela modificação e é impossível determinar o(s) beneficiário(s) direto(s).</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">No entanto, passado algum tempo, meses, por vezes alguns anos, os efeitos das alterações são traduzidos em obras cujos autores e proprietários são de conhecimento público.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Dada a impossibilidade de determinar os vereadores que votaram favoravelmente todos os vereadores das 3 legislaturas estão sob suspeita. Mas é possível associar nominalmente os vereadores que propuseram as alterações pontuais e os beneficiários das mesmas.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">A população aguarda por uma investigação que apresenta uma listagem destes elementos.<br /> <!--[if !supportLineBreakNewLine]--><br /> <!--[endif]--></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial; color: rgb(204, 0, 0);">SUSP (SECRETARIA DE URBANISMO E SERVIÇOS PÚBLICOS)</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">A mídia sussurada, também conhecida como “Vox Populi”, reconhece que incontestavelmente a SUSP é o órgão mais corrompido da administração pública municipal, do atual governo e daqueles que o antecederam.<br /> <!--[if !supportLineBreakNewLine]--><br /> <!--[endif]--></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="margin-right: 1.1pt; text-align: justify;"><b><span style="font-size: 11pt; font-family: Arial; color: gray;">Dono de shopping denuncia corrupção <br /> <!--[if !supportLineBreakNewLine]--><br /> <!--[endif]--></span></b><span style="font-size: 11pt; color: gray;"><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-right: 1.1pt;"><b><span style="font-family: Arial; color: gray;">Diário Catarinense ; Simone Kafruni ; 7/5/2005</span></b><span style="font-family: Arial; color: gray;"><br /> <!--[if !supportLineBreakNewLine]--><br /> <!--[endif]--></span><span style="color: gray;"><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial; color: gray;">O empreendedor Carlos Amastha acusou pessoas e instituições, na presença de representantes da Polícia Federal, para dar caráter oficial as suas declarações.<br />O empresário também afirmou que o ex-secretário da Secretaria de Urbanismo e Serviços Públicos Odilon Furtado Filho lhe pediu R$ 500 mil para facilitar a concessão de alvará e que ele se negou a praticar a corrupção. Além de acusar vereadores que estariam encostados na máquina pública para prejudicar seu empreendimento - disse o procurador.</span></b><span style="color: gray;"><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style=""><b><span style="font-size: 11pt; font-family: Arial; color: gray;">Polícia Federal prende 19 empresários e políticos</span></b><span style="font-size: 11pt; color: gray;"><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial; color: gray;">Diário Catarinense ; Felipe Pereira ; 4/5/2007</span></b><span style="color: gray;"><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial; color: gray;">Renato Juceli de Souza (secretário da Susp)</span></b><span style="color: gray;"><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial; color: gray;">Cunhado do vereador Juarez Silveira. Segundo apurou a polícia e pelas escutas telefônicas, Silveira tinha acesso aos procedimentos da secretaria, os quais eram, em tese, facilitados pela interferência do secretário. Além do que foi apurado pela polícia, conversas interceptadas são indício de que o secretário facilitaria a concessão da licença para empreendimentos e que "colheria os frutos depois."</span></b><span style="color: gray;"><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Dois anos separam estas notícias, ambas publicadas pelo Diário Catarinense, mas os problemas de corrupção na SUSP são antigos. </span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Matérias publicadas pelo jornal O Estado no início da década de 80 relatavam favorecimentos por parte de funcionários desta secretaria beneficiando empresários por meio da aprovação de projetos que burlavam o Plano Diretor.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">As matérias relativas ao assunto, envolvendo obras na praia da Joaquina, encontram-se disponíveis nos arquivos da Biblioteca Pública de Florianópolis.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Coincidência ou não, fatos publicados naquela ocasião envolvem pessoas apontadas como suspeitas na operação Moeda Verde em 2007.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-size: 11pt; font-family: Arial; color: rgb(0, 0, 153);">QUEM DEVERIA INVESTIGAR ?</span></b><b><span style="font-size: 11pt; font-family: Arial;"><br /></span></b><b><span style="font-family: Arial;"><br />A – MINISTÉRIO PÚBLICO ESTADUAL</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">B – CREA</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">C – ONGS (Organizações não governamentais) que atuam em Florianópolis.<o:p></o:p></span></b></p>alfredhttp://www.blogger.com/profile/03610122809736153353noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6025601664764626395.post-89526417232732066492009-01-05T15:42:00.000-08:002009-01-05T15:43:07.919-08:00<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-size: 11pt; font-family: Arial;">1/6/2007</span></b></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-size: 11pt; font-family: Arial;"></span></b><a name="1710152086344683096"></a><b><span style="font-size: 15.5pt; font-family: Arial; color: rgb(0, 0, 153);">Noves fora zero</span></b><b><span style="font-size: 21.5pt; font-family: Arial; color: rgb(0, 0, 153);"> </span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Um mês após a operação Moeda Verde, realizada pela Polícia Federal em Florianópolis, as informações relativas ao assunto saíram das manchetes das primeiras páginas dos jornais.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Os noticiários transmitidos pelas emissoras de rádio e televisão ocupam-se de novos escândalos em outros cantos do país.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Passada a fase de intensa exposição pública encontram-se em andamento os vagarosos procedimentos que darão origem a processos que serão julgados, sabe-se lá quando, pela morosa justiça brasileira.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Cabem então algumas perguntas :<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Valeu a pena ?<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Foi justificável a exposição a que foram submetidas algumas figuras públicas da cidade?<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Florianópolis tornou-se melhor em conseqüência dos eventos ocorridos em maio de 2007?<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">A resposta é sim. E não.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Sim, pois expôs os recursos utilizados por empresários e grupos econômicos para atingir seus objetivos a qualquer preço, corrompendo servidores públicos, alterando leis para adequá-las a seus interesses e, em última análise, ridicularizando todos aqueles que se valem dos procedimentos legais para atingir os mesmo objetivos.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Não, por restringir-se às questões ambientais, regidas por legislação federal, deixando de realizar investigações sobre o que ocorre na administração municipal, onde a corrupção em diversos órgãos, fato público e notório, atingiu um ponto insuportável e tem causado problemas que, comparados às questões ambientais, são consideravelmente mais prejudiciais à cidade e seus moradores.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Ao concentrar as atenções em empreendimentos que colocam em risco o patrimônio natural ficaram em segundo plano os efeitos nocivos da corrupção em áreas que já estão urbanizadas. Nelas vive a população e ali se concentram os problemas que estão se tornando comuns em Florianópolis, problemas que pensávamos ser uma exclusividade de grandes centros como o Rio e São Paulo.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Alguns destes problemas são de ordem social, a maior parte deles gerados pelo modelo econômico do país, afetam a todos os brasileiros.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Por outro lado, fenômenos como o caos do tráfego, o péssimo sistema de transporte coletivo, a ocupação ilegal de áreas de preservação permanente e a transgressão das leis de uso do solo são problemas locais, particularidades de Florianópolis, da responsabilidade de pessoas que vivem na cidade.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">A Polícia Federal fez e continua fazendo o que é de sua atribuição.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">A população de Florianópolis assistiu passiva aos acontecimentos de maio de 2007, regozijando-se secretamente pela desgraça de alguns membros da sua “elite”, porém não tomou qualquer iniciativa para colocar ordem na casa, limpar a administração municipal e afastar do nosso futuro a perspectiva de nos tornarmos uma versão do Rio de Janeiro em escala menor.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Faltou a prova dos nove.<o:p></o:p></span></b></p>alfredhttp://www.blogger.com/profile/03610122809736153353noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6025601664764626395.post-70471370019133378042009-01-05T15:41:00.000-08:002009-01-05T15:42:02.241-08:00<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-size: 11pt; font-family: Arial;">30/5/2007</span></b><span style="font-size: 11pt; font-family: Arial;"><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><a name="697806609305654293"></a><b><span style="font-size: 15.5pt; font-family: Arial; color: rgb(0, 0, 153);">A couraça social </span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Qual é a sua família ? Você é filho de quem ?<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Em Florianópolis a resposta a estas perguntas aparentemente inócuas pode alterar o destino da pessoa a quem são dirigidas. As respostas certas, que envolvem genealogia e relações próximas, abrem portas ; as respostas erradas excluem a pessoa da proteção assegurada pela couraça social.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">A operação Moeda Verde, deflagrada pela Polícia Federal em 3 de maio de 2007, colocou em ação os “agentes sociais”.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Políticos e associações de classe empresariais entraram em cena imediatamente após a prisão, e posterior liberação, de diversas pessoas da auto-entitulada elite local e promoveram atos públicos de “desagravo” aos implicados pelas investigações.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Não houve uma voz sequer que propusesse um ato de desagravo às praias, mangues, várzeas, encostas de morro e áreas de preservação ambiental cuja ocupação e destruição foi o resultado, ou objetivo futuro, das supostas ações das pessoas implicadas.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Devido à centralização das atenções nos problemas ambientais, cujo foro é do âmbito do Governo Federal, vem ocorrendo uma desatenção (proposital?) em relação ao corrompimento de alguns órgãos da administração municipal de Florianópolis, cujo foro é do âmbito do Governo Estadual.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">O gritante silêncio que envolve a corrupção de instituições públicas municipais é um atestado da força e capacidade de abafar escândalos que caracterizam a ação da couraça social. <o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Mas o que vem a ser isto?</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Para melhor compreender o significado do termo é preciso entender algumas peculiaridades históricas de Florianópolis.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Até o início da década de setenta, ocasião em foi concluído o asfaltamento da BR-101 e a consolidação da estrutura da administração estadual na cidade, Florianópolis era uma pacata cidade com poucas similaridades em relação às outras capitais do sul do Brasil.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">A criação da Universidade Federal de Santa Catarina, a transferência da sede da Eletrosul e a divulgação em âmbito nacional das belezas naturais da cidade, deram início a um ciclo irreversível de desenvolvimento e migração.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">A principal conseqüência deste processo foi a renovação das lideranças da economia local. O comércio e boa parte do setor de serviços, até então monopolizados por membros de famílias locais, passaram, em parte, para as mãos de pessoas que vieram para a cidade no bojo do processo de migração.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Esta mudança de perfil das atividades da iniciativa privada, conseqüência da capacidade competitiva dos migrantes, transformou o serviço público na opção que restou para preservar o poder, tanto no âmbito municipal quanto no estadual.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">A massacrante burocratização das instituições públicas brasileiras contribuiu para assegurar abrigo àqueles que foram eliminados pelo processo altamente competitivo que vigora na iniciativa privada.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">No poder público o bom relacionamento social (QI = Quem Indica) e a consangüinidade pesavam mais que o preparo intelectual e a capacidade de produção.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Em Florianópolis a força que sustenta a couraça social encontra-se profundamente encravada no serviço público municipal e estadual e, por ironia da história, determinou a alteração dos padrões éticos da iniciativa privada.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Com a entrada em vigor dos dispositivos da Constituição de 1988 estabeleceram-se os mecanismos que deram origem à impunidade vigente no Brasil.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Uma das conseqüências do manto de proteção que foi estendido sobre todos aqueles que infrigiram dispositivos legais (atentos aos textos legais), foi o efeito bumerangue: muitos dos excluídos da iniciativa privada por força da competição retornaram a ela, ou passaram a beneficiar-se dela, com base na suposta aplicação de dispositivos legais.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Esta operação foi sumarizada ironicamente por um político que cunhou a expressão: “Criam-se as dificuldades para vender as facilidades”.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Como conseqüência, em muitas das grandes e médias cidades brasileiras, dentre elas Florianópolis, consolidaram-se nos órgãos responsáveis pela expedição de alvarás de construção máfias de servidores públicos cujo objetivo era, e continua sendo, a extorsão de propinas daqueles que buscam estes documentos.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Estas máfias abrangem toda a cadeia de órgãos responsáveis pelos licenciamentos.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">A existência de uma estrutura desta natureza foi explicitada nas declarações da delegada Júlia Vergara da Polícia Federal, responsável pela execução da operação Moeda Verde, que disse : “Está tudo dominado”.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Esta frase resume o assunto.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">A couraça social é a resposta de um segmento da população de Florianópolis ao esforço de uma organização do Governo Federal que “ousou” expor particularidades pouco recomendáveis de lideranças locais.</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Enquanto as forças do Governo Federal tentam colocar alguma ordem neste território <i>dominado</i> onde prevalece o silêncio das autoridades estaduais e municipais e o manto de proteção da couraça social, cabe uma pergunta :</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Qual é a sua família ? Você é filho de quem ?<o:p></o:p></span></b></p>alfredhttp://www.blogger.com/profile/03610122809736153353noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6025601664764626395.post-42940676043607699762009-01-05T15:40:00.000-08:002009-01-05T15:41:07.582-08:00<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-size: 11pt; font-family: Arial;">30/5/2007<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal"><a name="5404950534464957857"></a><o:p></o:p></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-size: 14pt; font-family: Arial; color: blue;">E agora Florianópolis ?</span></b><b><span style="font-family: Arial; color: rgb(0, 0, 153);"> </span></b><b><span style="font-family: Arial;"><o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Sempre que vou a sede do IPUF (Instituto de Planejamento Urbano de Florianópolis), procuro passar pelo salão onde trabalha a equipe de planejamento. Lá, numa das paredes, encontra-se uma reprodução em grande escala de uma imagem aerofotogramétrica da Ilha de Santa Catarina feita no início dos anos setenta, ela retrata o que encontramos ao mudar para cá.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Passados tantos anos, quando vejo o que ocorreu com praias maravilhosas como o Campeche, Ingleses, Armação e a Brava, além da favelização dos morros e das áreas de preservação ambiental, sinto que minha geração de arquitetos, planejadores e administradores falhou, tínhamos a nossa disposição um pequeno paraíso e não soubemos ocupá-lo adequadamente.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">A ilha retratada naquele painel não existe mais, estamos num estágio intermediário da transformação daquele paraíso em algo diferente. Cabe a nós interferir, na medida do possível, para que a “nova ilha” que vai resultar deste processo seja um lugar agradável e atraente.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">O dia 3 de maio de 2007 ficará registrado na história da cidade como a ocasião em que vieram a público, por força da ação da Polícia Federal, os nomes de algumas das pessoas e empresas que supostamente estão contribuindo com o processo de <i>riodejaneirização</i> da Grande Florianópolis.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">A deterioração ambiental e urbana que pode ser constatada diariamente não é um fenômeno espontâneo ou inevitável, é o resultado da associação de fatores como a ganância, a falta de ética, o desmantelamento da credibilidade da administração pública e a corrupção de políticos e funcionários públicos.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">A reação popular aos eventos do dia 3 de maio, que aplaudiu e encorajou a ação da Polícia Federal, foi nitidamente diferente da reação das lideranças políticas e empresariais, que condenaram e qualificaram aquela ação como pirotecnia e reação exagerada.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">As investigações demonstrarão, com base em provas, quem está com a razão. <o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">A importância destes eventos não se resume à exposição pública de corruptores e corrompidos e sim na oportunidade rara, coisa que difícilmente é oferecida às cidades e seus cidadãos : a possibilidade de retomar o caminho do desenvolvimento baseado em regras e no bom senso.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Cabe aos moradores de Florianópolis decidir que imagem deverá substituir no futuro aquela que hoje se encontra no IPUF e retrata o passado irrecuperável.<o:p></o:p></span></b></p>alfredhttp://www.blogger.com/profile/03610122809736153353noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6025601664764626395.post-45997186296332878482009-01-05T15:39:00.000-08:002009-01-05T15:40:02.365-08:00<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-size: 11pt; font-family: Arial;">28/8/2006<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-size: 14pt; font-family: Arial; color: blue;">Porquê?<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">A análise dos fatos <span style=""> </span>induz algumas perguntas :<br /><br />A – Porque jamais foi deflagrada uma investigação acerca da corrupção evidente nas análises de projetos, expedição de alvarás de construção, fiscalização das obras e concessão de habite-se por parte da SUSP ?<br /><br />B – Porque jamais ocorreu uma investigação junto ao corpo técnico do IPUF, responsável pela elaboração das leis que definem a ocupação do solo no município de Florianópolis, visto que os técnicos do Instituto necessariamente tem conhecimento dos atos praticados pela SUSP?<br /><br />C – Porque os membros do Ministério Público jamais instauraram uma investigação acerca da corrupção em relação a aplicação do Código de Obras e Plano Diretor, visto que ela tem sido freqüentemente abordada pela imprensa e mídia eletrônica ?<br /><br />D – Quem são as pessoas, empresas ou autoridades que protegem técnicos envolvidos em atos de corrupção repetidamente denunciados ?<br /><br />E – Como pode a população de Florianópolis esperar melhorias de qualquer natureza em relação ao uso do solo do município quando, ano após ano, os funcionários responsáveis pelos delitos urbanísticos permanecem irremovíveis em seus cargos ?<o:p></o:p></span></b></p>alfredhttp://www.blogger.com/profile/03610122809736153353noreply@blogger.com0